No quadro da prossecução dos objetivos da Estratégia Europa 2020, visando a promoção do crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, o Desenvolvimento Local de Base Comunitária (DLBC) visa especialmente promover, em territórios específicos, a concertação estratégica e operacional entre parceiros, focalizada no empreendedorismo e na criação de postos de trabalho.
Este enfoque temático que, no âmbito dos Acordos de Parceria, será promovido de forma concertada envolvendo os vários níveis de atuação (nacional, regional e local), pretende dar resposta aos elevados níveis de desemprego e aos crescentes índices de pobreza, através da dinamização económica local, da revitalização dos mercados locais e da sua articulação com territórios mais amplos e, em geral, da diversificação das economias locais, do estímulo à inovação social e à busca de novas respostas a problemas de pobreza e de exclusão social em territórios desfavorecidos, em contexto urbano e em territórios rurais ou costeiros economicamente fragilizados ou de baixa densidade populacional.
Neste sentido foram assinados, nos dias 09 e 10 de fevereiro, os Acordos de Parceria “LAGOS CIDADE 2020”, “ADERE 2020” e um Acordo com a Agência de Desenvolvimento do Barlavento - GRUPO de AÇÃO LOCAL da PESCA do BARLAVENTO do Algarve, e apresentadas as respetivas estratégias de desenvolvimento local.
Nos dois primeiros casos, os parceiros designaram desde logo a VICENTINA – Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste como entidade gestora da parceria, sendo esta a responsável pela elaboração e apresentação da candidatura perante a Autoridade de Gestão, coordenando o trabalho dos parceiros.
O enfoque do primeiro Acordo de Parceria - “LAGOS CIDADE 2020” – é mais urbano e diz concretamente respeito à criação de dinâmicas de desenvolvimento tendo por base a valorização da identidade e os valores históricos e culturais da cidade de Lagos, com vista a mobilizar iniciativas conducentes à criação de emprego, empreendedorismo e inclusão social.
Os parceiros são cerca de 20, entre entidades locais, regionais, associações e fundações privadas. Durante a apresentação das linhas da estratégia de desenvolvimento chegaram a ser identificados alguns problemas/desafios nesta área a que este Acordo pretende dar resposta, nomeadamente: a fraca dinamização do património histórico-cultural; a reduzida dinamização do centro histórico da cidade; o reduzido conhecimento do valor do património material e imaterial da cidade de Lagos; a elevada concentração da atividade empresarial e comercial nos meses do verão; o elevado número de jovens que abandonam o sistema educativo sem concluir o ensino secundário e o elevado número de famílias em situação de fragilidade socioeconómica e/ou situações de risco associado ao desemprego. No “LAGOS CIDADE 2020”, cujo território de atuação compreende a União das Freguesia de Lagos (São Sebastião e Sta. Maria) o financiamento é feito via FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) e FSE (Fundo Social Europeu).
No que diz respeito ao “ADERE 2020”, o enfoque é rural e, no que a Lagos diz respeito, refere-se apenas às freguesias rurais do concelho. Neste Acordo o mote é outro, estando o projeto naturalmente mais ligado ao património natural e ambiental do território. Também no “ADERE 2020” foram identificados algumas situações que se pretendem ver resolvidas ou minimizadas, como por exemplo: a baixa apropriação dos valores naturais e patrimoniais por parte dos atores locais; a baixa qualificação e reduzidas competências dos produtores agrícolas ou a baixa rentabilização e competitividade das explorações agrícolas, agroalimentares, florestais e pecuárias.
Neste caso os parceiros são cerca de 40, que integram entidades locais, regionais, associações, empresas privadas e vários municípios do Algarve. No “ADERE 2020” o financiamento é feito via FEADER (Fundo Europeu
Agrícola de Desenvolvimento Rural), FEDER e FSE.
No GRUPO de AÇÃO LOCAL da PESCA do BARLAVENTO do Algarve ficou definido que a parceria tem como regra da sua constituição, o facto que determina que as entidades públicas ou qualquer grupo de interesse individual, não podem representar mais de 49% dos direitos de voto. Quanto à natureza dos parceiros, a parceria deverá ser composta maioritariamente por entidades de natureza privada e, dentro desta componente, os parceiros provenientes da fileira da pesca deverão representar, pelo menos, 50% do total.
No caso deste DLBC, as áreas de intervenção são as seguintes: inovação em espaço marítimo; qualificação escolar e profissional relacionada com o mar; promoção de Planos de Mar - desenvolvimento do conceito de “Aldeias de Mar”, preservação, conservação e valorização de elementos patrimoniais e dos recursos naturais e paisagísticos, reforço da competitividade da pesca, desenvolvimento do turismo em espaço aquático; promoção de produtos locais de qualidade e melhoria dos circuitos curtos de bens alimentares e mercados locais.
Por: CM Lagos