O «Algarve Cluster Multiusos» foi oficialmente reconhecido pelo Governo como investimento estruturante, e como tal de interesse regional.

O projeto teve um início atribulado, depois do anterior executivo da autarquia de Loulé, liderado pelo social-democrata Seruca Emídio ter voltado atrás, apesar da aprovação prévia em desenvolver um Núcleo de Desenvolvimento Económico (NDE) na continuidade da atual Área Industrial da cidade e embora a Assembleia Municipal de 8 de fevereiro de 2013 aprovasse o interesse público municipal do empreendimento com investimento superior a 300 milhões de euros.

Com a particularidade de ser promovido por investidores algarvios através da empresa Enolainvest, SA o projeto vai ocupar perto 60 hectares da Campina de Baixo, junto ao nó da Via do Infante que dá acesso à ligação entre a via rápida e o litoral do concelho, designadamente à cidade de Quarteira e à marina de Vilamoura.

Depois do presidente da autarquia da altura ter “preferido apoiar e facilitar a instalação do centro comercial proposto pelo Ikea, num nó problemático da Via do Infante, de acesso ao Parque das Cidades, Estádio do Algarve e aeroporto de Faro, apesar da contestação da maioria das associações empresariais”, a empresa promotora do Cluster Multiusos de Loulé reformulou o projeto, substituindo a marca escandinava de móveis inicialmente prevista pelos promotores, por uma componente mais acentuada de lazer, segundo referiu um fonte da administração.

Estamos localizados numa área de expansão natural da cidade de Loulé e na ligação mais direta com o litoral do concelho, mais-valias que dão sentido à criação de um parque temático de lazer, associado ao turismo náutico, assim como à criação de valências para o Turismo de Saúde e o de Negócios, com um Centro de Congressos de dimensões adequadas às necessidades da região, precisou mesma fonte.

Estas estruturas de serviços irão criar milhares de postos de trabalho, diretos e indiretos, pois vão revitalizar e trazer uma nova dinâmica à zona empresarial de Loulé e dar consistência a uma segunda frente de turismo que complemente o destino sol e praia e combata a sazonalidade, num investimento consolidado e que poderá abrir novas perspetivas de desenvolvimento para a região, assegura a fonte da administração da Enolainvest que reconhece ainda uma vertente comercial, embora o «núcleo duro» do projeto sejam os serviços de valências muito especializadas.   

Outra das vantagens realçadas pelo promotor do empreendimento são os acessos que vão servir também o aeródromo municipal de Loulé, um equipamento importante para a região pela capacidade de acolher aeronaves particulares e no reforço da segurança em termos de proteção civil.   

O projeto entrará agora na fase de desenvolvimento de um Plano de Pormenor (ou plano de Urbanização) instrumento de ordenamento territorial que será apreciado pela autarquia, exigindo-se ainda o parecer da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, de acordo com o despacho conjunto do secretário de Estado da Indústria e das secretárias de Estado do Turismo e do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, publicado no Dário da República de 17 de maio de 2016.

Certo é, ainda de acordo com o despacho governamental, ter a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, após audição do Observatório do Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT) do Algarve, ter já emitido parecer favorável ao empreendimento que apresenta, no essencial, “um conteúdo programático centrado num espaço destinado a atividade comercial e de serviços, num centro de inovação empresarial e num parque temático”.

Igualmente favorável é o parecer do Turismo de Portugal, o qual salienta que “a vertente turística do projeto apresenta componentes suscetíveis de atenuar a sazonalidade do Algarve, ao nível do turismo de negócios através do centro de congressos que integra um auditório com capacidade para 3500 lugares sentados, e da animação com o parque de atividades náuticas do turismo de saúde, na vertente de bem -estar (Wellness Center)”.

Já a Universidade do Algarve entendeu que o projeto é do maior interesse para a região, dada a dimensão do investimento e o número de postos de trabalho a criar e, em particular, à dinamização económica do Algarve, devido à instalação no Centro de Inovação de empresas vocacionadas para as Tecnologias de Informação e Conhecimento (TIC), investigação e indústria não poluente.

Pelo seu lado, a ex-Direção Regional de Economia do Algarve referiu no seu parecer que a implementação de um empreendimento deste tipo é de importância estratégica relevante para a região do Algarve, não só pelo número de postos de trabalho a criar, mas também como polo dinamizador de outras atividades económicas.

Recorde-se ainda que Assembleia Municipal de Loulé salientou “a importância do investimento para a criação de emprego e fixação de população no concelho de Loulé”, quando aprovou em 2013 o reconhecimento de interesse público municipal do empreendimento “Algarve Cluster Multiusos”, enquanto projeto estruturante.

 

Por: Enolainvest S.A.