Alinharam neste encontro Luís Botelho, Kai Finkler, Christian Roche e Tiago Pinho, que contaram com o apoio ativo de mais de duas dezenas de adeptos.
Vestindo pela primeira vez a camisola do clube em provas oficiais, o francês Christian Roche, no terceiro tabuleiro, foi o primeiro xadrezista a pontuar, abrindo o marcador a favor dos louletanos. Aproveitando a falta de experiência do jovem adversário, o sub-12 Miguel Martinho, a Torre louletana optou por uma variante aguda da Abertura Italiana na qual ofereceu um peão, sacrifício que foi rejeitado pelo Peão da Caparica.
Como Christian Roche referiu no final, "Naquela posição a teoria recomenda que o peão seja capturado, obtendo as brancas compensação pela desvantagem material". Todavia, as pretas optaram por não abrir a posição e as brancas tentaram, então, explorar o tema táctico do ataque duplo. O logro funcionou e as pretas, desorientadas, propuseram a troca de Damas, para diminuir o poder de fogo do ataque branco, numa posição em que tal não era possível. Jogando com precisão, Christian Roche acabou por conseguir vantagem decisiva, ao conseguir promover um peão a Dama ao décimo quarto lance, que concretizou em poucas jogadas.
Depois foi a vez de Luís Botelho, no primeiro tabuleiro, se superiorizar a Américo Costa, aumentando a vantagem no marcador para 2-0, a favor dos louletanos. Os outros dois jogos seguiram equilibrados durante mais de três horas, altura em que o brasileiro André Pereira, dos Peões da Caparica, terminou com a resistência do alemão Kai Finkler, do Loulé ++. Com 2-1 no placard, tudo ficou para ser resolvido no último tabuleiro: uma vitória de Alberto Martinho colocaria o resultado final em 2-2; já a Tiago Pinho bastava um empate para garantir a vitória dos louletanos pela margem mínima de 2,5-1,5.
Apesar de um ou outro contratempo nas manobras do meio-jogo, a Torre de Loulé manteve a posição controlada, em situação de igualdade, na transição para o final da partida. E depois de criar um peão passado, que compensava a fraqueza dos peões dobrados na coluna C, passou a ser mais fácil descobrir bons lances para o exército preto do louletano do que para as peça brancas do caparicano.
E foi já com o relógio a disponibilizar menos de cinco minutos, da hora e meia inicial, para cada jogador terminar a partida que o xadrezista da margem sul vacilou, não tendo encontrado a melhor continuação para a sua defesa, imprecisão que foi severamente punida pelo xadrezista da casa através de uma pregagem que sentenciou a partida.
Com esta vitória por 3-1, o Loulé ++ subiu à quarta posição da classificação, dando um importante passo na luta pela manutenção no terceiro escalão do xadrez nacional.
Como o resultado não é o que mais interessa, há que agradecer a amabilidade e simpatia com que o Xadrez foi recebido no Arquivo Municipal de Loulé, e dar nota da disponibilidade dos Peões da Caparica para se juntarem ao Jantar de Reis do Loulé ++, depois do encontro, no dia em que o clube de xadrez de Loulé fez 4 meses, o que engrandeceu as comemorações, mostrando, parafraseando o provérbio, que no final do dia, Peões e Torres, todos regressam à mesma caixa. Foi um enorme prazer jogar e conviver com os Peões, e constatar que entre o Algarve e a Margem Sul há um tabuleiro que nos une muito mais que a distância que nos separa. Desejamos que a lembrança que levam de Loulé se avive com as laranjas de Alte, a doçaria tradicional dos Doces às Cores e o medronho do Al-Gharb - Sabor a Sul, produtos do concelho utilizámos como galhardete.
Por: Torres de Loulé