São Brás de Alportel foi palco de uma sentida homenagem ao Coronel Piloto-Aviador Victor Brito, no passado sábado, 5 de abril, naquele que foi o 1.º Encontro de Aviadores de São Brás de Alportel. O evento, organizado pela Câmara Municipal, assinalou os 103 anos sobre a partida para a 1.ª Travessia Aérea do Atlântico Sul, realizada em 1922.
A cerimónia decorreu no espaço exterior do complexo das Piscinas Municipais Cobertas, onde foi atribuído ao Coronel Victor Brito o título de patrono do parque envolvente à Réplica Artística do Hidroavião Santa Cruz, que alcançou o Brasil pilotado por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, obra do artista algarvio Carlos de Oliveira Correia.
A placa com o nome do Coronel Victor Brito foi descerrada pelo seu irmão Mateus Brito, de 94 anos, e pelo neto Miguel, que está a formar-se para ser um futuro piloto, ao lado de três dos filhos presentes - Aida, Victor e José, perante muitos familiares, amigos e aviadores de São Brás de Alportel, num gesto de reconhecimento pelo seu legado na história da aviação nacional. Marlene, vice-presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, fez questão de sublinhar a importância desta homenagem:
“No dia em que se assinala o 103º aniversário da 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul e o 95º aniversário de nascimento do Coronel Piloto Aviador Victor Brito, é uma honra para o município de São Brás de Alportel prestar-lhe homenagem, mediante a atribuição do nome de patrono 'Victor Brito' ao Parque envolvente à réplica artística do Santa Cruz. Um hino à nossa história, à nossa memória comum e, em especial, a este são-brasense cujo legado prevalece na aeronáutica nacional e internacional como grande visionário, empreendedor… e fonte inesgotável de inspiração para novas gerações.”
A comemoração continuou com uma breve apresentação do percurso e da vida de Victor Brito, figura maior da história da aeronáutica, fundador da primeira escola civil de pilotos e da companhia aérea Aerocondor, seguida de uma partilha de recordações de familiares e amigos, que destacaram não só o seu legado na aviação, mas também a sua personalidade generosa e afetuosa, muito especialmente com a família. O testemunho de Helena Brito, a mais jovem neta de Victor Brito, de 16 anos, foi um dos momentos bonitos desta tarde que encheu a sala de recordações: “Sei que estão cá reunidos para enaltecer os feitos do meu avô a nível profissional. Mas eu… que sou a neta mais nova, guardo memórias dele enquanto avô. Das brincadeiras do dia a dia, do faz de conta, em que eu vendia produtos de supermercado de plástico e ele me dava moedas verdadeiras em troca. Por muito importante que tenha sido o seu percurso, nada supera o seu lado humano, carinhoso e humilde.”
A tarde terminou num ambiente de convívio, promovendo o fortalecimento de laços entre diferentes gerações de profissionais da aviação. Este encontro representou um marco importante na valorização dos pioneiros da aviação portuguesa, celebrando o legado do passado e inspirando as novas gerações a seguir o exemplo daqueles que impulsionaram o progresso desta área.