O nosso jornal acompanhou o desfile dos professores até à Câmara Municipal de Loulé, antes da sua saída para Faro, onde, pelas 10h30, se juntam a todos os docentes do Algarve.

Professores das várias instituições estavam presentes na greve. Em declarações ao nosso jornal, Manuela Barros, professora do Agrupamento de Escolas Padre João Coelho Cabanita, explicou que “vamos encontrar-nos em Faro e manifestar a nossa indignação por todas as injustiças. Existe dinheiro neste país para tudo, menos para os professores”.

Presente também neste desfile, João Lourenço, docente do Conservatório de Música de Loulé – Francisco Rosado frisou que o objetivo da reunião em frente à Câmara Municipal de Loulé seria “concentrar todos os professores para estarmos depois em Faro”.

Hélder Lourenço, docente da Escola Secundária de Loulé, acrescentou que “em Faro espera-se uma reivindicação dos nossos direitos que, neste momento, estão a ser lesados ou são mesmo inexistentes”.

Realiza-se hoje, dia 26 de janeiro, a greve dos professores no distrito de Faro, que vai reunir docentes de todas as instituições algarvias.

Pelas 10:30 horas, o Secretário-geral Adjunto da FENPROF, José Feliciano Costa, juntar-se-á aos professores e educadores em greve, que irão concentrar-se no Largo do Mercado em Faro. Nesse espaço será distribuído à população um Manifesto com as razões da sua luta e recolherão assinaturas de solidariedade com a luta dos Professores. Os docentes desfilarão depois até à rotunda próxima ao shopping Fórum Algarve.

A greve distritos começou no passado dia 16 de janeiro e prolonga-se por 18 dias.

Depois de Lisboa, Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra e Évora, é a vez do distrito de Faro. A greve continua depois no distrito da Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, terminando a sequência no Porto a 08 de fevereiro.

A greve das oito organizações sindicais realiza-se em simultâneo com outras duas paralisações: uma greve por tempo indeterminado, convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP), que se iniciou em 09 de dezembro e vai manter-se, pelo menos, até ao final do mês de janeiro, e uma greve parcial ao primeiro tempo de aulas convocada pelo Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE), que deverá prolongar-se até fevereiro.

Esta greve tem sido sentida por todo o país e a região algarvia acompanha a tendência.

Melhoria dos salários e condições de carreira, assim como as dificuldades na mudança de escalão e o congelamento do tempo de serviço são os principais motivos da greve. Os professores mostram-se ainda contra as propostas de alterações ao modelo de concurso de colocação. O Governo pretende criar um novo modelo de gestão e recrutamento de docentes, baseado no seu perfil e necessidades do agrupamento. Deste modo, um professor pode dar aulas em várias escolas do mesmo concelho. Este novo modelo de contratação, segundo o Ministério da Educação, traria maior estabilidade aos docentes, uma vez que a sua integração seria decidida por conselhos locais de diretores, que não iriam contratar diretamente docentes.

 

Por: Filipe Vilhena