A reflexão aconteceu durante o III Encontro de Responsabilidade Social organizado pela Santa Casa da Misericórdia de Albufeira (SCMA) e que teve lugar no Hotel Grande Real Santa Eulália.
Com o mote ‘Garantir o futuro’, a iniciativa destacou a urgência em adotar práticas sustentáveis e humanas para fazer face aos desafios contemporâneos e às expectativas das novas gerações relativamente ao mercado de trabalho.
A sessão de abertura contou com intervenções de Patrícia Seromenho, Provedora da SCMA; José Apolinário, Presidente do Conselho Executivo Diretivo da CCDR Algarve; e Margarida Flores, Diretora do Centro Distrital de Segurança Social de Faro.
“Este é um tema atual, com a capacidade de se renovar, de fazer com que as instituições e as empresas percorram o caminho da sustentabilidade, que tenham recursos humanos mais felizes, que possam implementar práticas que permitam reter talentos, introduzindo a tecnologia, sem perder algo essencial: a humanização do trabalho que desenvolvemos”, considerou Patrícia Seromenho, a propósito da pertinência do encontro.
José Apolinário deixou a nota de que já existe um “grande progresso” nesta matéria. “O setor social, nomeadamente a partir da SCMA, tem alinhado progressivamente a sua atuação conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e parece-me haver condições para criar uma agenda regional em torno desses objetivos.”
Já Margarida Flores destacou que a Segurança Social tem tido a preocupação de proporcionar “variadas respostas para todas as pessoas com necessidade de apoio” e que esta é uma forma de promover a responsabilidade social.
O programa prosseguiu com duas mesas redondas, ambas moderadas pelo jornalista João Tiago.
A primeira, intitulada ‘Que tipo de empresas precisamos para o futuro?’, contou Manuel de Lemos, Presidente da Confederação Portuguesa para a Economia Social; Fátima Catarina, Vice-presidente da Região de Turismo do Algarve; Sérgio Lorga, Consultor da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal; e Hugo Barros, Coordenador do CRIA — Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da UALG.
Nesta mesa redonda, falou-se, por exemplo, da necessidade de as empresas adequarem cada vez mais as suas estratégias com os ESG (indicadores ambientais, sociais e de governação corporativa). Destacou-se igualmente a sustentabilidade financeira, a Inteligência Artificial e a computação quântica como fatores que vão influenciar fortemente o futuro.
Seguiu-se a mesa redonda intitulada ‘Contributos para o desenvolvimento sustentável’, que teve como oradores Aquiles Marreiros, Vogal Executivo da Comissão Diretiva da Autoridade de Gestão do Programa ALGARVE 2030; Mário Parra da Silva, Presidente da Direção da Associação Portuguesa de Ética Empresarial e Presidente da UN Global Compact Network Portugal; João Pimentel, Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Português da Qualidade; e Maria João Simões de Almeida, Diretora-executiva da Associação GRACE.
Durante este momento, realçou-se a ética como um dos pilares para a sustentabilidade, a par da qualidade e da cooperação entre os diferentes setores. “Não há empresas por um lado e social por outro. Ou trabalhamos todos juntos, num todo, ou nada funciona”, enfatizou Mário Parra da Silva.
Na parte da tarde, o encontro retomou com Paula Franco, Bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, cuja apresentação teve como mote ‘Aproveite os benefícios fiscais enquanto faz a diferença’.
A responsável deu exemplos de medidas fiscais para quem contribui e realçou ser preciso “descomplicar” a área burocrática, assim como sensibilizar mais as empresas e as pessoas para terem um papel mais ativo na sociedade.
A seguir, os participantes ficaram a conhecer boas práticas de responsabilidade social, numa mesa redonda moderada por Armindo Vicente, Presidente do Secretariado Regional de Faro da União das Misericórdias Portuguesas, que contou com intervenções de Joana Castro Caldas, Responsável pelo Programa HEART, da Associação da Hotelaria de Portugal; Sandra Aldeia, Animadora de Pedagogias e Comunidades da Leroy Merlin; Eduardo Caetano, Diretor-executivo da Portimar – Agência de Viagens e Turismo, Lda.; e Carla Ponte, Vogal da Mesa Administrativa da SCMA.
Todos os intervenientes deste painel concordaram que as organizações são mais felizes quando praticam a responsabilidade social e que “o resultado é extraordinário quando as empresas se unem ao bem”.
O Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa também marcou presença neste encontro enquanto orador. Durante a sua apresentação intitulada ‘Olhar sobre a economia social’, Paulo Duarte de Sousa assinalou que o futuro da economia social depende da inovação social, digitalização e diversificação do financiamento, por forma a colmatar questões como a vulnerabilidade financeira, baixa literacia digital e financeira, assim como a fragmentação institucional.
A encerrar o evento, estiveram Manuel de Lemos, Presidente da União das Misericórdias Portuguesas; e Patrícia Seromenho, Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Albufeira.
Manuel de Lemos salientou que “este tipo de encontros dão-nos espaço para falar sobre aspetos que nos interessam muito e que nos podem ajudar a cumprir melhor a nossa missão”.
Patrícia Seromenho elogiou as ideias partilhadas, fazendo votos de que as mesmas sejam aproveitadas e realçando que o maior desafio está na profissionalização e na capacitação dos recursos humanos. “Temos de trabalhar para os que cuidam”, sublinhou.
Tendo em conta que o balanço desta iniciativa é muito positivo, Patrícia Seromenho deixou, desde logo, a promessa de que “daqui a três ou quatro anos — se não antes —, teremos um novo Encontro de Responsabilidade Social”.
Para a realização desta terceira edição, a Santa Casa da Misericórdia de Albufeira contou com o apoio da União das Misericórdias Portuguesas; e o patrocínio do Município de Albufeira, Crédito Agrícola, CR PRO, ONE — Realty One Group, Exaclean, Huild, Medirocha, Fidelidade, MEO empresas, Sioslife, Trivalor, itau, Winds, Restaurante Ramires, 3HB Hotels, JRJ Ricoh, essity e Algás.
Em breve, todos os painéis deste evento serão publicados na íntegra no canal de Youtube da SCMA, para que as ideias e práticas partilhadas possam inspirar mais empresas e instituições.
Malha
