Três apresentadores de televisão britânicos avançaram com uma ação em tribunal para a execução de garantias bancárias de três moradias de luxo que integram o projeto The Keys, no Algarve. Este megaempreendimento ficou nas mãos da Caixa Geral de Depósitos (CGD) depois da sua promotora, a Birchview, ter entrado em insolvência. Mas já foi entretanto vendido. Em causa estão 7,5 milhões de euros investidos (e perdidos) pelos apresentadores do Britain’s Got Talent, Anthony David McPartlin e Declan Joseph Donnelly, e um dos apresentadores do canal britânico ITV, Phillip Schofield.
Os três apresentadores britânicos estão entre os 18 investidores que assinaram contratos de promessa de compra de moradias de luxo no The Keys, quando ainda pertencia ao universo da falida Birchview. Para o desenvolvimento deste empreendimento, a CGD acabou por emprestar 307 milhões de euros à promotora, valor esse que se transformou numa dívida que tentaria recuperar mais tarde. Com este empréstimo, a Birchview converteu-se num dos maiores devedores do banco estatal português, segundo o Jornal de Negócios.
Em novembro de 2020, a CGD conseguiu vender o imóvel à SRESPX – Investimentos, que pertence à gestora de ativos brasileira SPX Capital, por um valor bem menor – cerca de 95,4 milhões de euros – que foi parar aos seus cofres quase na totalidade. Neste processo, quem investiu nas moradias de luxo não recuperou o dinheiro. Este foi o caso dos três apresentadores britânicos que avançaram com uma ação judicial contra a CGD para execução das garantias bancárias na compra das três moradias, cuja construção não chegou a acontecer. Para o efeito, contrataram uma sociedade portuguesa de advogados.
Neste processo, o mesmo jornal sabe que as estrelas televisivas ganharam a ação na primeira instância. A CGD recorreu ao Tribunal da Relação, mas acabou por perder. Agora, o banco estatal voltou a recorrer na segunda instância, mas desta vez no Supremo Tribunal de Justiça.
O megaempreendimento imobiliário The Keys prometia dar uma nova vida ao Algarve. Junto à Quinta do Lago, num terreno com mais de oito hectares, deveria ser o palco de construção de várias unidades residências de luxo com teriam acesso a piscinas, cinema e bar. Mas ainda há dúvidas sobre o número de moradias envolvidas e a área de construção que este projeto inacabado irá ocupar. A consultora JLL, que assessorou a gestora brasileira na compra do imóvel, assume estarem envolvidas 72 unidades numa área de 45 mil metros quadrados (m2) acima do solo. Já a Cushman & Wakefield, que representou a massa falida da Birchview no mesmo processo, garantia que o projeto conta com cerca de 32.600 m2 de construção acima do solo, distribuídos por 48 “villas” e 24 apartamentos.
Por: Idealista