Enquanto cidadão livre (por enquanto) e democrata, não posso deixar de expressar publicamente a minha profunda preocupação com os resultados das últimas eleições legislativas, a 18 de maio de 2025, marcadas pelo crescimento expressivo da extrema-direita em Portugal.
A sua ascensão não é apenas um voto de protesto, mas sim o reflexo de uma preocupante rotura dos valores que edificaram a nossa casa comum, a Democracia. Valores esses nascidos com um cravo ao peito e na ponta da espingarda na Revolução de Abril, a Liberdade, a Justiça Social, a Igualdade, a Solidariedade e a Fraternidade. Hoje, enfrentamos o maior desafio pós-revolução.
Temos de ser claros e objetivos, a agenda política da extrema-direita não é inofensiva, nem tão pouco neutra. É um projeto totalitário que ameaça as Liberdades, os Direitos e as Garantias fundamentais consagradas na nossa sociedade. Promove um discurso de ódio, na tentativa de reescrever a História com base no medo e na exclusão social. É perigoso, cresce a galope, cada voto na extrema-direita, legitima um ataque cerrado aos pilares da nossa democracia. Esses ataques não podem, nem devem ser normalizados, muito menos ignorados.
Como jovem e como social-democrata de centro-esquerda, reafirmo com total convicção:
Podem tentar enterrar o cravo que Abril plantou, mas continuaremos a lutar, todos os dias, para que muitos outros cresçam. A semente da Liberdade vive em cada um de nós que combate o fascismo. A madrugada que Sophia esperava, o dia “Inteiro e Limpo”, não foi oferecida, mas sim conquistada, por aqueles Homens que saíram de casa sem saber se voltavam com vida, para que hoje puséssemos viver Livres, em Democracia, cabe-nos preservá-la, mas acima de tudo assegurar a sua continuidade.
Temos de resistir. Temos de mobilizar. Temos de educar. Temos de agir, com coragem, responsabilidade e convicção nos valores sociais. Esta não é apenas uma luta política, mas também uma luta de ética e moral. Vamos combater o medo com esperança, o ódio com solidariedade, e o autoritarismo com liberdade.
Não me peçam para compactuar com a normalização do extremismo. Nem para calar a minha voz quando os valores de Abril estão a ser ameaçados.
Não serei cúmplice do silêncio.
"O fascismo não se discute, combate-se."
Juntos pela Liberdade. Juntos contra a demagogia. Juntos por uma sociedade para Todos e Todas.
JS Loulé