O novo modelo integrado de avaliação externa das aprendizagens no ensino básico foi acolhido pelos diretores dos agrupamentos escolares e não escolares do Algarve de forma positiva, disse hoje o ministro da Educação após a reunião em Faro.

Tiago Brandão Rodrigues disse ter sentido "uma recetividade muito positiva principalmente pelo facto de entenderem que as aprendizagens são o fulcro da escola e que este modelo integrado de avaliação vem também ao encontro dessa preocupação principal".

O ministro encetou hoje no Algarve um périplo nacional com sete reuniões, que decorrerá nas próximas duas semanas, que visa um contacto direto com as realidades regionais e a apresentação do novo modelo integrado de avaliação que inclui a realização de provas de aferição nos segundo, quinto e oitavo ano e eliminou os exames dos quarto e sexto ano.

À saída da reunião o diretor do Agrupamento de escolas João de Deus, em Faro, Carlos Luís disse estar convicto que a entrada do novo modelo a meio do ano letivo não vai trazer transtornos e que tens virtudes.

"Acho que pode trazer à escola aquilo que ela perdeu há alguns anos: a humanização. Sentir que a escola é outra vez para os alunos e é outra vez dos alunos" sublinhou Carlos Luís acrescentando que o novo modelo também dá credibilidade ao trabalho dos professores em detrimento da capitalização dos resultados em função dos exames.

A dúvida que para já este diretor mantem é sobre a capacidade do Governo de dotar as escolas com os meios necessários para dar o apoio necessário aos alunos que apresentem dificuldades nas provas de aferição.

Diretor do Agrupamento de escolas louletanas Padre João Coelho Cabanita, Jacinto Caliço, disse sentir que as alterações em curso são positivas principalmente porque põem fim à realização de exames antes do final do ano letivo e do normal tempo de aprendizagem.

"Estávamos a fazer as provas como se o ano já tivesse terminado quando ainda faltava um mês para dar matéria", observou comentando que às vezes a matéria era dada de forma mais rápida e com menor eficácia.

Para aquele diretor responsável por agrupamento com 2060 alunos, o novo modelo é também sinónimo do término de momentos difíceis vividos nas escolas.

"As escolas estavam a viver momentos muito complicados no anterior calendário escolar e o modelo de avaliação quase infernizava a vida da escola", explicou.

O ministro da Educação foi ainda colocado a par das dificuldades sentidas no distrito de Faro no que respeita à gestão dos cursos profissionais, dos cursos vocacionais, dos Programas Operacionais do Potencial Humano e do programa "Português Para Todos".

O Algarve e a região do Vale do Tejo são regiões consideradas desenvolvidas e abastadas e foram afastadas dos apoios do Programa Operacional de Capital Humano.

Questionado sobre a dificuldade relatada pelos profissionais, Tiago Brandão Rodrigues afirmou que apesar dessa contingência "as escolas estão munidas de recursos para poderem efetivamente porem em prática muitos dos seus programas pedagógicos".

 

Por: Lusa