Criado em 2016 pela International Spinal Cord Society (ISCoS), o Dia Internacional das Lesões Vertebro-medulares é celebrado a 5 de setembro. Esta iniciativa tem como propósito criar uma oportunidade de divulgação e de alerta para os problemas que estas levantam e com isso incentivar medidas que levem a melhores padrões de tratamento e de prevenção
A lesão neurológica que pode resultar de um traumatismo vertebral tem, como sabemos, um forte impacto na vida de quem os sofre, nas famílias, no sistema de saúde e na sociedade em geral.
A investigação médica tem fornecido importantes conhecimentos sobre a melhor forma de minimizar as consequências destas lesões e que vão do transporte do doente até à sua reabilitação. O tratamento cirúrgico, quando indicado, visa descomprimir e estabilizar as lesões vertebrais da forma mais urgente possível. Esta exigência obriga a que os hospitais tenham um grau de prontidão para o qual muitos, em Portugal, não estão ainda preparados. Esta questão tem mobilizado a comunidade médica a criar uma rede de referenciação hospitalar que permita o acesso rápido e simples ao tratamento mais adequado.
Não obstante o longo caminho percorrido na descoberta das melhores formas de tratar e recuperar estes doentes, as medidas mais eficientes continuam a estar do lado da prevenção. Neste sentido, foi preocupação da ISCoS para 2025, salientar a importância da prevenção das quedas anunciando desta forma o slogan «Fall prevention, spinal cord protection» que, se traduzirmos de forma livre seria - prevenção da queda, protecção da medula.
Seja em casa ou no local de trabalho, na via pública ou no recinto desportivo, as quedas continuam a ser uma das mais frequentes, ainda que muitas vezes evitáveis, causas de lesão vertebro-medular. Podendo ocorrer como é óbvio em qualquer idade, é nos mais velhos que este problema se torna mais pungente. As alterações do equilíbrio e da defesa reflexa na queda associada à deficiente qualidade óssea e à falta de flexibilidade da coluna vertebral, colocam este grupo etário exposto a um grande risco de lesões potencialmente graves e até fatais.
Neste domínio, há muito a fazer:
Promover campanhas de educação e sensibilização sobre o risco de queda e como as evitar tais como os programas de exercício físico e treino de equilíbrio, correcção de perturbações visuais, evitar fármacos que causem desequilíbrio bem como bebidas alcoólicas, normalizar o sono, normalizar a pressão arterial, evitar caminhar em solo molhado ou com gelo, caminhar com as mãos livres, usar calçado adequado, aderente e apoios de marcha quando indicado. Promover ambientes seguros em casa, no trabalho e nos locais públicos. Apoiar a investigação e a inovação no que diz respeito às técnicas e tecnologias que promovam mais segurança são apenas alguns exemplos que muito podem contribuir para prevenir estas lesões, cujos custos económicos, sociais e pessoais são, por certo, bem superiores ao investimento a que obrigam.
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