A sessão, moderada por Ricardo Proença, líder do PSD/Quarteira, contou com intervenções de figuras centrais da coligação, entre as quais se destacaram o eurodeputado Sebastião Bugalho, o candidato a presidente da Câmara Municipal de Loulé, Hélder Martins, e a candidata à Junta de Freguesia de Quarteira, Isa Brito.
O tom geral das intervenções foi marcado por fortes críticas aos 12 anos de governação socialista no concelho, acusando a administração atual de desinvestimento em áreas fundamentais como a habitação, educação, saúde e infraestruturas. Hélder Martins, principal orador da noite, enumerou aquilo que designou como “falhas graves” na gestão do PS, citando a utilização de contentores como salas de aula e não só, a inexistência de novos lares de idosos ou creches, e a degradação de equipamentos desportivos e espaços públicos.
O programa apresentado estrutura-se em torno de sete eixos prioritários:
Habitação: Compromisso de lançar 1000 fogos no concelho durante o próximo mandato, com forte ênfase em habitação social, jovem e a custos controlados. Prometeu agilizar processos, adquirir terrenos e estabelecer parcerias com promotores privados e o Banco Europeu de Investimento.
Coesão Social e Territorial: Promessa de aplicar o mesmo padrão de qualidade em espaços públicos e jardins em todas as freguesias, combatendo assimetrias. Inclui o pagamento de propinas para estudantes do concelho e um apoio reforçado a IPSS para a construção de creches e lares.
Mobilidade e Sustentabilidade: Retomar o projeto da Circular Sul de Loulé, modernizar a frota de transportes públicos, criar dois mil lugares de estacionamento e uma rede robusta de ciclovias. Foi ainda prometida a conclusão do sistema de água e saneamento para zonas ainda não servidas, como algumas áreas junto à EN125.
Segurança: Criação de uma Polícia Municipal operacional, com postos fixos em Loulé, Quarteira, Almancil e Boliqueime, e promoção de um acordo com o Governo para melhorar o alojamento e efetivos da GNR no concelho.
Economia e Emprego: Criticando a estagnação dos parques empresariais, a coligação prometeu desbloquear projetos e criar novas zonas de negócios para fixar empresas e emprego qualificado, nomeadamente em Quarteira e no interior.
Reabilitação Urbana e Equipamentos: Projetos âncora como a requalificação integral da Frente Mar de Quarteira, a construção do Centro Cultural de Quarteira e a conclusão do novo Mercado. Hélder Martins acusou o PS de ter “projetos na gaveta” sem os concretizar.
Transparência e Governança Proximista: Promessa de uma gestão mais aberta e próxima dos cidadãos e trabalhadores municipais, com recurso a plataformas digitais e uma atitude de “trabalho de equipa” em detrimento de uma governação centralizada.
Sebastião Bugalho, numa intervenção energética, enquadrou a candidatura no contexto nacional e europeu, defendendo que a “Aliança Democrática” (AD) é a única com uma estratégia concertada para resolver problemas como a crise habitacional. Salientou a recente linha de crédito de 1000 milhões de euros acordada entre o Governo de Montenegro e o BEI para habitação acessível, incentivando a Câmara de Loulé a candidatar-se aos fundos.
A mensagem final foi clara: a coligação “Fazer Melhor” apresenta-se como a “única alternativa viável” para “devolver Loulé aos louletanos”, prometendo um governo de competência, trabalho e proximidade, em contraste com o que classificam como 12 anos de estagnação e promessas vazias por parte do Partido Socialista. O apelo ao voto foi feito em nome de um “novo ciclo” que tenha como prioridade as pessoas e a qualidade de vida no concelho.
Jorge Matos Dias