Se a privatização da Azores Airlines falhar, a companhia aérea terá de declarar insolvência, o que pode custar mais de 300 milhões de euros, admitiu Duarte Freitas, secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública dos Açores, durante um debate no parlamento açoriano.
Se a privatização da Azores Airlines falhar, a companhia aérea terá de declarar insolvência, o que pode custar mais de 300 milhões de euros, admitiu Duarte Freitas, secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública dos Açores, citado pelo jornal Açoriano Oriental.
 
“A insolvência representa não só ficarmos com o passivo que já lá está, mas poderá representar mais 300 milhões de euros de pagamentos de indemnizações aos trabalhadores”, advertiu Duarte Freitas, durante um debate de urgência sobre o futuro da companhia aérea açoriana, no parlamento açoriano.
 
Apesar da preocupação, o governante regional acrescentou que as negociações com o consórcio Newtor/MS Aviation e com a Comissão Europeia, com quem o Governo Regional assumiu o compromisso de concluir a alienação de 76% do capital da empresa, “estão a decorrer a bom ritmo”.
 
“Não só a Comissão Europeia já formalmente disse que estava a correr conforme estava nos trâmites, como também, nas reuniões mais recentes que tivemos com a Comissão Europeia, isto ficou claro e não temos, nesse aspeto, qualquer preocupação”, assegurou o titular da pasta das Finanças na região, adiantando estar “tranquilo” em relação à conclusão deste processo.
 
O debate foi promovido na sequência do “desastre económico” que a companhia aérea atravessa e que, no ano passado, resultou num prejuízo de 71 milhões de euros, o que, segundo Francisco Lima, deputado do Chega, é “um exemplo flagrante de décadas de má gestão, incúria política e desrespeito pelos contribuintes”.
 
“A situação financeira é absolutamente desastrosa, a viabilidade económica é nula e o processo de privatização arrasta-se há meses — melhor, há anos — com fortes indícios de fracasso iminente”, lamentou o deputado do Chega.
 
Presente no debate esteve também Berta Cabral, secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, que explicou que a Azores Airlines registou um prejuízo de 71 milhões de euros em 2024, apesar de lembrar que grande parte desse valor (53,4 milhões de euros) se deve ao “impacto extraordinário” de custos com acordos de empresa, manutenções, provisões, depreciações, amortizações e imparidades.
 
A governante manifestou, no entanto, a sua confiança no atual Conselho de Administração da transportadora aérea regional e lembrou que os resultados financeiros da Azores Airlines, relativamente aos primeiros meses deste ano, “evidenciam uma evolução positiva”.
 
 
Por: Publituris