O escrutínio contará com representantes de todo o espetro político, que vão tentar conquistar o lugar ocupado há 12 anos por Rogério Bacalhau (PSD), que conclui o terceiro e último mandato permitido por lei na autarquia da capital algarvia.
Pela primeira vez, concorrem à Câmara de Faro o Livre, o Volt e o ADN, depois de o PAN, que se apresentou a votos nas eleições de 2021, se ter coligado, desta vez, com a lista encabeçada pelo PSD. Relativamente às últimas eleições, há mais dois candidatos à Câmara de Faro nas eleições de 12 de outubro.
Entre os candidatos está o deputado e líder da distrital do PSD/Algarve Cristóvão Norte, o líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, e o socialista António Miguel Pina, atual presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve e da Câmara de Olhão, onde está impedido de se recandidatar devido à limitação de mandatos.
Para tentar conquistar a autarquia da capital de distrito, a CDU (coligação PCP/PEV) aposta no advogado Duarte Baltazar, o Bloco de Esquerda apresenta o professor José Moreira e o Livre a professora universitária e investigadora Adriana Marques Silva.
A estas candidaturas juntam-se ainda o gestor Pedro Oliveira, pelo Volt Portugal, e José Freitas Oliveira, do ADN – Alternativa Democrática Nacional, técnico de higiene e segurança no trabalho.
A competição em Faro antevê-se equilibrada entre os algarvios Cristóvão Norte e António Miguel Pina, à qual se poderá juntar também Pedro Pinto, num concelho onde o Chega foi o segundo partido mais votado nas eleições legislativas deste ano.
Cristóvão Norte encabeça a lista da coligação “Faro Capital de Confiança”, apresentada como uma “iniciativa inédita" entre cinco partidos (PSD/IL/CDS-PP/PAN/MPT), apontando a necessidade de desenvolver o concelho para que este seja “atrativo” e se afirme como “uma grande capital regional”.
Já o socialista António Miguel Pina argumenta ter a “determinação e visão necessária” para devolver a Faro “a centralidade que merece”, depois de 16 anos marcados por uma liderança que considera esgotada e “sem rumo”.
Pedro Pinto, que ainda não apresentou oficialmente a sua candidatura apesar de ter cartazes espalhados pela cidade de Faro ao lado do presidente do partido, utiliza como ‘slogan’ uma expressão adaptada do presidente norte-americano Donald Trump: “Tornar Faro grande outra vez”.
A CDU defende com a candidatura de Duarte Baltazar uma “alternativa política” à atual gestão autárquica, marcada pelo “favorecimento dos grandes interesses e negócios, em detrimento do bem-estar da população e do interesse público”.
O candidato do BE, o professor José Moreira aponta o acesso à habitação como o problema central de Faro, considerando que “vai muito além da falta de habitação social para os mais pobres”, propondo-se encontrar soluções para a habitação, combater a pobreza e criar de postos de trabalho.
A habitação está também nas prioridades da candidata do Livre, Adriana Marques Silva, juntamente com a educação, saúde, qualidade de vida e coesão social, considerando que Faro tem “sido negligenciada ao longo dos últimos anos e, como capital de distrito, merece muito mais e melhor”.
O Volt Portugal crê no independente Pedro Oliveira para implementar “uma forma de governar mais dinâmica, transparente e próxima das pessoas”, assente em três pilares: “Faro Inovador”, com uma aposta em tecnologia, ciência e educação; “Faro Verde”, para que a cidade seja sustentável, saudável e amiga do ambiente e “Faro Comprometido”, para preservar a identidade e cultura.
Para o candidato do ADN, José Freitas Oliveira, as prioridades passam por criar habitação a custos controlados e impulsionar as cooperativas de habitação, para permitir às pessoas “com menos recursos financeiros acederem a habitação própria em Faro”.
Em 2021, a coligação liderada pelo PSD venceu as autárquicas, elegendo seis dos nove vereadores em disputa, enquanto o PS ficou na segunda posição, garantindo os restantes três eleitos. A CDU, que ficou em terceiro lugar, e o Chega, em quarto, não elegeram qualquer vereador.
Lusa