A presidente da Câmara de Arronches, Fermelinda Carvalho, no distrito de Portalegre, disse que a decisão "não terá impacto" na economia local, porque não existem no concelho "explorações dessa natureza, tirando alguns particulares que criam para consumo próprio".
A mesma convicção é partilhada por uma fonte oficial da Câmara de Reguengos de Monsaraz (Évora), frisando que a proibição "vai ser cumprida", mas é "esperado um impacto marginal na economia".
A proibição temporária da venda de aves vivas nos mercados de 58 concelhos do país vai ser fiscalizada primeiro por veterinários municipais e depois por profissionais da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), disse hoje fonte do Ministério da Agricultura.
O presidente do município de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, afirmou que a medida "não tem grande impacto do ponto de vista económico".
O autarca do concelho do distrito de Setúbal admitiu, porém, que como a determinação das autoridades proíbe a venda e exposição de aves, se for prolongada "durante muito tempo" poderá "prejudicar a ExpoAves", certame previsto para novembro, em Santo André.
A Direção-Geral de Veterinária também declarou o sotavento algarvio como uma das áreas de "maior risco" no país, devido à existência de duas zonas húmidas utilizadas por diversas espécies de aves selvagens como ponto intermédio nas suas migrações.
Apesar do risco, nos municípios de Castro Marim, Olhão e Vila Real de Santo António, no distrito de Faro, são apontados como residuais os impactos da proibição de venda de aves nos mercados municipais que gerem.
Em Castro Marim, fonte da câmara disse à Lusa que a proibição abrange as freguesias da sede de concelho, onde "apenas são vendidos produtos tradicionais e artesanato e não se vendem animais vivos", e na localidade balnear de Altura "o mercado está encerrado para obras de reabilitação".
A mesma fonte adiantou, no entanto, que "há cinco pessoas que fazem essa venda no mercado de rua", que se realiza em Castro Marim nos segundos sábados de cada mês, mas "são todas de fora do concelho" e a autarquia não dispõe de "informação sobre o impacto que esse impedimento tem economicamente para os vendedores".
A Câmara de Vila Real de Santo António gere os mercados das três freguesias do concelho - Vila Real de Santo António, Monte Gordo e Vila Nova de Cacela -, todas abrangidas pela proibição de venda.
Segundo uma fonte do município, "já não são vendidos animais vivos nesses mercados" e essa venda apenas se realiza no mercado de rua mensal em Vila Nova de Cacela.
A mesma fonte municipal referiu ainda que são "apenas concedidas as licenças de utilização do espaço e de venda ambulante, mas a fiscalização fica a cargo de outras entidades", como a Autoridade para Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
Fonte da Câmara de Olhão disse à Lusa que ainda se regista venda de aves em alguns mercados, como os de Olhão e de Moncarapacho, e que "a proibição de venda já foi transmitida às juntas de freguesia" da União de Moncarapacho/Fuseta, Quelfes, Pechão e Olhão.
As autarquias são "as responsáveis pela gestão dos mercados locais", mas a fonte camarária não precisou quantos vendedores poderão ser afetados pela interdição e o impacto que pode ter.
A Lusa também tentou entrar em contacto com a Associação de Avicultores do Algarve, mas sem sucesso.
No final de dezembro, depois de surgirem vários focos de gripe aviária em França, a DGAV proibiu temporariamente a comercialização de aves em feiras e mercados de 58 concelhos, sobretudo na zona centro e Alentejo e na zona da Ria Formosa, no Algarve, onde há mais migrações conhecidas de aves selvagens.
Por: Lusa