Aníbal Coelho esteve à conversa com Nathalie Dias e Victor Gonçalves no programa «Olha Que Dois», durante o qual o ex-fuzileiro falou da sua experiência enquanto professor de matemática e dirigente da Casa do Povo de Alte e da Associação Pró-Beneficência e Progresso de Alte, experiências que atravessaram o seu percurso e que recebeu de braços abertos.

Contudo, o presidente da direção da Escola Profissional de Alte falou essencialmente daquilo que foi para si um sonho realizado, a Escola Profissional de Alte.

Criada em 1992, a Escola Profissional de Alte, surgiu através da Associação INLOCO e do Gabinete de Desenvolvimento Rural da Câmara Municipal de Loulé. “Sentia-se que um dos problemas que existiam na zona interior do Concelho era a dificuldade que os jovens tinham em terminar o percurso escolar e alguma dificuldade na fixação dos jovens na freguesia. (…). Na altura, havia a experiência no litoral de uma escola de formação profissional e, por isso, optámos por seguir essa ideia, em Alte, com formações adequadas ao desenvolvimento daquele território” explica Aníbal Coelho. Para o efeito foi então criado um conselho de promotores, constituído entre a Associação IN LOCO, Junta de Freguesia de Alte e a Câmara Municipal de Loulé, tendo esta última assumido o compromisso de criar as instalações para o funcionamento da escola.

Orientada para a empregabilidade, como explica o presidente da direção, a Escola Profissional de Alte dispõe de um leque de cursos cujo objetivo passa por preparar os jovens para entrar no mercado de trabalho. “Temos um projeto que leva os jovens a ter uma experiência mais concreta do futuro onde irão trabalhar. Proporcionamos um conjunto de atividades e dinâmicas que os levam a viver essas experiências, a relatá-las, refleti-las e a serem orientados sobre aquilo que corre menos bem, para que, mais tarde, quando forem para as empresas e para as formações em contexto de trabalho, tenham facilidade na inserção profissional.”

Uma aposta na profissionalização que exige a gestão de um orçamento “magro”, na ordem dos 600 mil euros por ano, mas que, ainda assim, não tem custos adicionais para os seus alunos, como recorda o Aníbal Coelho, que realça a importância da existência de parcerias para que esta realidade se mantenha. “Uma escola deste género não pode sobreviver sem uma forte rede de parcerias. Os formandos não pagam nada porque a escola está inserida na rede pública de ensino, à semelhança de qualquer outra escola de ensino regular”.

A funcionar com cerca de 200 alunos, entre os 14 e os 20 anos, a Escola Profissional de Alte conta com uma equipa de 30 pessoas, 22 dos quais docentes, que garantem a manutenção e a sustentabilidade deste projeto.

Esta entrevista foi realizada por Nathalie Dias e Vítor Gonçalves no Programa “Olha que Dois”, uma parceria da “Total FM” com “A Voz de Loulé” emitido no dia 04 de maio.