O presidente da Associação de Turismo do Algarve (ATA), João Fernandes, diz que a região está preparada para o Brexit, que se assinala esta sexta-feira, 31 de janeiro, e prevê que a saída do Reino Unido da União Europeia tenha um menor impacto no turismo da região do que o previsto há um ano.

“Temos o Brexit à porta, mas estamos preparados”, disse o responsável ao Publituris, considerando que o “esforço conjunto” que a ATA, o Turismo de Portugal e a ANA – Aeroportos de Portugal têm vindo a realizar “se tem traduzido em resultados muito positivos”.

“O INE publicou recentemente os dados acumulados até novembro de 2019 face ao período homólogo anterior, e temos também dados da AHETA que corroboram em dezembro aquilo que o INE traduz até novembro, e que se cifram em crescimentos em relação ao período homólogo de 7,2% em hóspedes no alojamento classificado e de 2,5% em dormidas, em relação ao mesmo período”, aponta João Fernandes.

O presidente da ATA destaca o plano de contingência para o Brexit lançado pelo Ministério da Economia em março de 2019 e que trouxe “medidas de discriminação positiva muito favoráveis”, mas diz que os resultados positivos se devem também à conjuntura, uma vez que as eleições no Reino Unido “permitiram uma clarificação e o fim do clima de incerteza”, ao tornarem claro que não iríamos assistir a um ‘hard brexit’, e também à valorização da libra, que está em alta desde agosto passado.

“Quando, em 2019, avançámos a possibilidade de um cenário mais impactante em 2020, tínhamos em perspetiva a possibilidade de um ‘hard brexit’ que não se veio a concretizar  e, hoje, aquilo a que assistimos, até por um contacto direto com operadores turísticos, companhias aéreas e hoteleiros, é um grau de confiança muito mais confortável, o que nos permite dizer que, à partida, teremos uma consolidação de resultados”, destacou João Fernandes.

A expetativa de João Fernandes tem por base também as reservas para os dois primeiros trimestres de 2020 que, segundo o responsável, estão num nível “muito superior ao período homólogo”, apesar de terem arrancado mais tarde, o que se deve também ao trabalho de diversificação de mercados e captação de rotas aéreas que a região tem vindo a realizar.

“Aquilo que eu previa aconteceu, no final do ano as reservas estavam num nível inferior a período homólogo, mas, neste momento, a informação que temos é que, quer o primeiro quer o segundo trimestre, têm um nível de reservas muito superior ao período homólogo e estamos a falar de mais 30% em relação ao primeiro semestre do ano anterior. São muito bons sinais, obviamente que não estão apenas associados ao mercado britânico, devem-se às medidas que temos vindo a perseguir, como a diversificação de mercados e da própria oferta”, acrescentou.

 

Por: Por Inês de Matos  - Publituris