destacando que “o Alentejo cresceu 5,2% na oferta e 7,8% na procura, sempre acima da média nacional, o que permitiu alcançar “o terceiro rendimento médio por quarto mais elevado do país”.
O dirigente, que usava da palavra na sessão de abertura da conferência promovida pela CTP, esta segunda-feira, em Troia, para assinalar o Dia Mundial do Turismo, destacou o crescimento sustentado da região e apontou desafios que considera prioritários para o futuro do setor.
José Manuel Santos sublinhou que “nos últimos dez anos fomos a região que mais cresceu em termos de taxa de crescimento médio anual”, reforçando que “o Alentejo cresceu 5,2% na oferta e 7,8% na procura, sempre acima da média nacional, o que permitiu alcançar “o terceiro rendimento médio por quarto mais elevado do país, incluindo as ilhas”.
Como disse, “o Alentejo empresta e confere à marca Portugal três grandes atributos: o da qualidade, da genuinidade e da exclusividade”, um destino que tem um potencial enorme para crescer”, observou, acrescentando que hoje, os principais parceiros nacionais, pequenos grupos de hotéis e até grupos internacionais, marcas que prestigiam o turismo em Portugal” têm apostado muito no Alentejo, visíveis no concelho de Grândola e na zona de Troia onde ocorreu a conferência da Confederação do Turismo de Portugal com o tema “Turismo é Portugal”.
No entanto, alertou que “há desafios, há obstáculos”, para ressalvar que, “o primeiro que nos preocupa é a qualificação do território e a integridade da paisagem. A paisagem turística, a nossa paisagem rural continua a ser de grande atributo das promoções que o Alentejo tem feito nos mercados internacionais. É preciso, pois, estarmos muito atentos”. Por isso pediu “grande ponderação em projetos de mega centrais fotovoltaicas e culturas intensivas não autóctones, que podem comprometer a viabilidade e a competitividade do turismo, as decisões de investidores e de promotores turísticos”.
José Manuel Santos até ironizou no seu discurso: “O Estado não pode, às segundas, quartas e sextas, incentivar e apoiar, às vezes, financeiramente, determinados projetos e localizações de projetos turísticos, e às terças e quintas, licenciar e colocar ao lado outros projetos que, pouco ou nada, acrescentam à base económica do local”.
Outra das prioridades apontadas foi a melhoria das acessibilidades. “É fundamental que a eletrificação da linha férrea Casa Branca–Beja não pare e que “a linha Sines–Évora–Caia permita uma ligação rápida a Espanha, com paragem em Évora, especialmente relevante para o projeto de Évora Capital Europeia da Cultura 2027”, afirmou.
José Manuel Santos defendeu ainda o reforço da formação. “O Alentejo não pode ser a única região do país com apenas uma escola de hotelaria da rede do Turismo de Portugal. Precisamos de ter duas escolas para responder ao crescimento previsto”, referiu, realçando que só no eixo de Troia, a previsão entre cinco e 10 anos “é que tenhamos 20 mil camas turísticas”, então “é preciso criar respostas formativas para garantir a excelência”.
O Alentejo tem também os olhos postos na captação de grandes eventos internacionais para a região e, segundo o presidente da Entidade Regional de Turismo, “queremos ser contemplados com apoios públicos, estamos a trabalhar de uma forma muito concreta e muito ágil com a Secretaria de Estado do Turismo e o Turismo de Portugal”. Entre os eventos, entretanto, já agendados, destacou a Cidade Europeia do Vinho, a primeira Cimeira Mundial de Enoturismo Responsável (Baixo Alentejo), o Campeonato do Mundo de Enduro (no próximo ano, no Litoral Alentejano) e o regresso das Festas do Povo de Campo Maior, no próximo ano, no Alto Alentejo, que inclusive foram declaradas património cultural pela UNESCO, e que já não têm lugar desde 2015.
Finalmente, o dirigente deixou um repto ao Governo para que o Alentejo Litoral possa acolher a Ryder Cup em 2035. “Queremos que Governo português apresente uma manifestação de interesse às entidades competentes, à PGA e à Ryder Cup, para que em 2035, o Alto Alentejo Litoral possa acolher aqui a Ryder Cup, evento estratégico e central para afirmar o Alentejo como um grande destino turístico da Europa”, concluindo que “estamos disponíveis para começar a trabalhar este dossier já amanhã”.
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