A cerimónia comemorativa do 10º aniversário do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da Universidade do Algarve realizou-se no dia 4 de maio, às 14h30, no Cine-teatro Louletano, e contou com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e da secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte.

A cerimónia iniciou-se com a intervenção de Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, que destacou o facto de o MIM da UAlg ter conseguido formar 195 médicos até à data, 40% dos quais se fixaram no Algarve. “Perante estes resultados, podemos afirmar que o Algarve é desde 2009 uma região atrativa para a prática da medicina e formação de jovens médicos.”

Na cerimónia, Paulo Águas relembrou os vários eventos promovidos para assinalar o 10.º aniversário do mestrado integrado em Medicina, incluindo no passado mês de março, em Portimão, a cerimónia de formatura da 6.ª edição do MIM e, no passado mês de fevereiro, no Campus de Gambelas, em Faro, as jornadas de Educação Médica. Mas, o reitor recuou não 10 anos, mas 40 anos. “Porque foi há 40 anos que tudo começou”. Numa clara alusão ao 40º aniversário da UAlg, recordou o processo de criação da Academia algarvia e o seu período de instalação, “que esteve sujeito a grandes dificuldades, impostas pela escassez de recursos e pelo contexto institucional inerente ao processo de consolidação do regime democrático, em curso à época”.

 

​​​​​​​Paulo Águas elencou ainda alguns dos momentos-chave deste curso. Em 2009, o ingresso dos primeiros 32 estudantes, na sequência da aprovação em 2008, pelo XVII Governo Constitucional. Em 2013 graduaram-se os primeiros 29 médicos. Em fevereiro desse ano, recordou, «a anteceder a graduação, um jornal nacional fazia o seguinte título: “Bastonário prevê "bons médicos" no Algarve”, ultrapassando reservas iniciais manifestadas pela Ordem antes da entrada em funcionamento do curso». Em 2016, através de portaria conjunta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e do Ministério da Saúde, é criado o Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve (ABC), consórcio entre o Centro Hospitalar do Algarve EPE e a Universidade do Algarve através do seu Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) e do Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina. Em 2017, a criação do Centro Hospitalar Universitário do Algarve EPE. Em 2018, a criação da Associação de Desenvolvimento do ABC, uma vez que o consórcio não está dotado personalidade de jurídica.

 

 

Contudo, o reitor questionou: “até parece que aconteceu tudo o que tinha que acontecer. Será? Não, não aconteceu tudo. O futuro Hospital Central anunciado em 2004 continua ausente no presente!” Para Paulo Águas, “a ausência de um Hospital com verdadeiras valências universitárias tem dificultado o desenvolvimento do ensino médico na região”. O reitor defende que, “o novo Hospital é essencial para a atração e fixação de médicos na região, para o aumento da investigação, para o desenvolvimento do curso de medicina, para a melhoria dos cuidados de saúde, para a coesão territorial, para a competitividade regional”.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, elogiou o “ensino inovador, referido e referenciado a nível internacional” e a “ambição de fazer mais e melhor pelo Algarve”.

 

 

 

 

 

A secretária de estado da Saúde, Raquel Duarte, realçou na sua intervenção “as bases sólidas de conhecimento que os alunos do MIM adquirem nesta formação, a melhoria da qualidade médica especializada, e o aumento do número de médicos profissionais no Algarve”, num “claro apreço à UAlg pelo magnífico trabalho desenvolvido”.

 

​​​​​​​​​​​​​​Isabel Palmeirim, diretora do MIM falou do passado, do presente, mas também do futuro, salientando as características únicas do ​​​​​​​curso, exclusivamente para licenciados, com um método de seleção baseado na avaliação psicotécnica e de características humanas e de raciocínio. “Um curso inovador em Portugal com um ensino baseado em problemas clínicos e em sintomas dos doentes (Problem Based Learning-PBL), um método já testado e utilizado com sucesso noutros países, como Canadá, Austrália, Holanda e Inglaterra”. A diretora do MIM destacou ainda a forte componente de humanismo, com um ensino que privilegia a comunicação entre médico e doente. “Os resultados conseguidos são: a qualidade dos médicos formados e a baixa taxa de abandono; a fixação no Algarve de mais de 40% dos médicos formados; a contribuição para a melhoria dos cuidados de saúde no Algarve, quer nos cuidados de saúde primários, quer nos cuidados de saúde hospitalares”. No que concerne a avaliações internacionais (pelo External Advisory Board), o MIM é classificado “com o nível de excelência, tendo o seu futuro garantido”.​​​​​​​

Na cerimónia foi ainda apresentado o projeto “ABC Loulé Active Life Health and Research”, uma iniciativa do Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve, que assume a designação internacional de Algarve Biomedical Center (ABC), criado a 8 de abril de 2016. O ABC é um consórcio entre o Centro Hospitalar Universitário do Algarve, o Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) e o Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina da Universidade do Algarve. O “ABC Loulé Active Life Health & Research” é um projeto inovador, com utilização de tecnologia de ponta e elevada diferenciação, enquadrado na estratégia de competitividade nacional e regional, que contribuirá para afirmar a região no setor da saúde, melhorando os cuidados prestados e a qualidade de vida dos cidadãos nacionais e internacionais, com um elevado impacto na economia regional através do turismo. Terá um investimento na ordem dos 16 milhões de euros, que será complementado com financiamento dos fundos europeus. ​​​​​​​

 

Por: UAlg