A sindicalista Ana Simões disse hoje que vai apresentar queixa, por alegadas ilegalidades cometidas numa escola em Faro, onde, em duas salas, havia apenas um vigilante, numa das quais o exame aos professores começou meia hora depois do previsto.
"Vamos apresentar queixa contra a direção da escola, vamos apresentar queixa ao Ministério da Educação e vamos pedir a anulação da prova de, pelo menos, estas duas salas e, se for necessário, apresentar queixa também à PSP", sublinhou a dirigente do Sindicato dos Professores da Zona Sul.
O diretor do agrupamento que abrange a Escola Secundária Pinheiro e Rosa, onde se deu o atraso, explicou aos jornalistas que deu 45 minutos de tolerância para a realização da prova, devido à perturbação causada pelo barulho no exterior da escola.
Francisco Soares, diretor da escola, acrescentou ter recebido "instruções superiores" para que a prova pudesse funcionar apenas com um vigilante, o que causou o atraso, a par do ruído produzido por meia dúzia de pessoas, munidas de cornetas e que gritavam palavras de ordem.
Os elementos do movimento Boicote e Cerco, vestidos de negro, que entregaram cravos vermelhos a alguns dos professores que iam entrando na escola para realizar a prova, foram depois avisados pela PSP para não continuarem a fazer barulho.
Dos oito professores convocados para vigiar a prova naquela escola, compareceram cinco, que vigiaram a prova de cerca de 30 professores, metade dos que estavam inscritos para a realização do exame naquele estabelecimento.
Muitos faltaram à prova, mas outros recusaram-se a fazê-la, como é o caso de Elisa Rodrigues que, apesar de ter entrado na sala, saiu pouco depois, por considerar que - primeiro - não tem de se sujeitar a esta situação e para defender a sua dignidade.
"Não esperava que colegas que estudaram o mesmo que eu, fossem capazes de estar numa sala a vigiar outros colegas, queria olhá-los nos olhos", desabafou, justificando, assim, a sua comparência na escola.
A professora Teresa Marques recusou-se, por seu turno, a vigiar a prova, alegando que os professores estão a ser "descartados" e que, ao contrário do ex-primeiro ministro José Sócrates e do ex-ministro Miguel Relvas, "não compraram o curso", para o qual "trabalharam duramente".
No distrito de Faro, a prova realizou-se apenas na cidade, em seis escolas, uma vez que, na primeira chamada, em dezembro, a prova não se realizou, ao contrário do que aconteceu em outras cidades algarvias, como em Portimão, onde a prova foi realizada.
Por Lusa