Água da rede pública com qualidade em Beja e Aljustrel apesar de queixas - empresa

00:15 - 15/08/2015 ATUALIDADE
A água da rede pública de Beja e Aljustrel tem suscitado queixas dos consumidores, devido ao “cheiro a terra e sabor a mofo”, disse hoje a DECO, mas a empresa responsável atestou a sua qualidade.

“A vigilância analítica foi reforçada e as análises efetuadas confirmam o cumprimento dos parâmetros de qualidade exigidos pela legislação aplicável”, afirmou hoje a administração da Águas Públicas do Alentejo (AgdA), em esclarecimentos enviados à agência Lusa, por correio eletrónico.

Segundo a empresa responsável pelo abastecimento público destes dois concelhos (além de outros do Alentejo), feito a partir da albufeira do Roxo, “os compostos orgânicos encontram-se em concentrações ínfimas (0,000 000 01 g/l) e não há registos de terem produzido intoxicação em seres humanos”.

A água da rede pública tem estado a motivar críticas dos consumidores que, segundo divulgou hoje a Delegação do Alentejo da DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, se queixam do “cheiro intenso a terra” e do “sabor a mofo da água” que lhes chega a casa.

A DECO reconheceu que as entidades competentes têm “feito um esforço para esclarecer e tranquilizar os consumidores quanto à inexistência de riscos para a saúde pública”, mas ressalvou que “as diligências já adotadas são ainda insuficientes, uma vez que este problema persiste”.

Como tal, a associação incentivou os consumidores que se sintam lesados a reportarem a situação para que a DECO “possa atuar em defesa dos seus legítimos interesses e na salvaguarda de uma garantia de qualidade da água, que é um serviço público essencial”.

Nas informações enviadas à Lusa, a AgdA disse estar a acompanhar “a situação relacionada com a questão do sabor e cheiro a terra e a mofo da água fornecida a Aljustrel e Beja, estando nomeadamente identificada a origem da ocorrência”.

Segundo a AgdA, estes problemas devem-se “à proliferação de micro-organismos na albufeira do Roxo, em resultado das elevadas temperaturas e do abaixamento das reservas de água”.

O acompanhamento está a ser realizado em conjunto com a Unidade de Saúde Pública da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), a Câmara Municipal de Aljustrel e a EMAS – Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja.

Insistindo no cumprimento dos parâmetros de qualidade da água, a empresa disse ter igualmente tomado “outras medidas” para “reforçar a eficiência dos processos de tratamento”, como a introdução de “um carvão ativado especial, reconhecido como apresentando melhores características para tratar” estas ocorrências.

A substituição da areia dos filtros, a instalação de uma oxidação intermédia, o aumento da frequência da lavagem e higienização de todos os órgãos foram outras das ações, tendo também sido reabilitada a torre de tomada de água, alterado o nível de captação das bombas e feita uma limpeza geral do interior da torre.

“A AgdA, em conjunto com as demais entidades, está totalmente empenhada na resolução desta situação, cuja normalização está dependente das condições climatéricas e do resultado das medidas que estão a ser tomadas ao nível dos processos de tratamento”, sendo esperados “resultados significativos nas próximas semanas”, esclareceu.

 

Por: Lusa