A Câmara Municipal de Loulé manifesta o seu regozijo público pela distinção da escritora louletana Lídia Jorge com o Prémio Pessoa 2025, anunciada esta quinta-feira.
Considerada uma das figuras mais ilustres do concelho, Lídia Jorge é uma voz fundamental da cultura portuguesa pós-25 de Abril, com uma influência que se estende a nível internacional. Através da sua vasta obra como romancista, poetisa, cronista e ensaísta, tem contribuído decisivamente para a projeção da literatura de língua portuguesa no mundo. Nas suas obras, como O Dia dos Prodígios, A Costa dos Murmúrios, Os Memoráveis ou Misericórdia, aborda com um olhar único e profundo temas como o colonialismo, a democracia, a liberdade e o papel da mulher.
Esta prestigiada distinção vem acrescentar-se a um notável conjunto de prémios que a autora já recebeu, entre os quais o Prémio Jean Monnet de Literatura Europeia (2000), o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (2002 e 2022), o Prémio Albatros da Fundação Günter Grass (2006), o Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura (2014), o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas de Guadalajara (2020) e o Prémio Eduardo Lourenço (2023). Recentemente, foi ainda agraciada com o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade dos Açores.
O Presidente da Câmara Municipal de Loulé, Telmo Pinto, enalteceu a escritora: “Para o Município de Loulé é um enorme orgulho contar com uma figura de relevo internacional como Lídia Jorge, que tem sido uma verdadeira embaixadora de alma e coração deste território. A sua presença enriquece-nos, inspira-nos e responsabiliza-nos enquanto comunidade. Congratulamo-nos com esta distinção maior, que consagra o seu percurso, a sua obra e a sua sensibilidade literária, bem como a forma como interpela as grandes questões do nosso tempo. Lídia é uma inspiração para todos nós, em especial para os nossos jovens. Muitos parabéns!”
Inspirado no legado do poeta Fernando Pessoa, o Prémio Pessoa é uma iniciativa do jornal Expresso e da Caixa Geral de Depósitos que, anualmente desde 1987, distingue personalidades portuguesas com contributos excecionais na vida artística, literária, cultural ou científica. Lídia Jorge junta-se assim a uma lista de laureados que inclui nomes como António Ramos Rosa (1988), João Lobo Antunes (1996), Eduardo Souto de Moura (1998), Luís Miguel Cintra (2005), Eduardo Lourenço (2011) e José Tolentino de Mendonça (2023).
Jorge Matos Dias