No passado dia 18 de novembro, a Presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, Marlene Guerreiro, reuniu-se com o Secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha,
para partilhar as suas preocupações e apelar ao Governo para a necessidade urgente de adotar novos modelos de gestão e de apoio aos bombeiros, nomeadamente às Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários e às respetivas corporações , como é o caso da corporação de São Brás de Alportel.
A autarca fez-se acompanhar pelo Coordenador Municipal de Proteção Civil e Comandante do Corpo de Bombeiros, Vítor Martins, e pela Presidente da Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de São Brás de Alportel, Custódia Reis.
Em conjunto, expuseram as dificuldades que comprometem o funcionamento pleno da instituição, com impacto direto na capacidade de resposta a riscos e emergências no concelho e na região.
Com 97 anos de existência, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de São Brás de Alportel é um pilar essencial da segurança local e regional, assegurando o socorro a pessoas e bens e o combate a incêndios urbanos e rurais num território profundamente marcado pela Serra do Caldeirão, que representa cerca de 75% da área municipal.
Durante a reunião, Marlene Guerreiro sublinhou que, apesar do esforço financeiro crescente e muito significativo do Município, os recursos continuam a ser insuficientes para garantir a contratação, estabilidade e retenção de profissionais. A Câmara Municipal transfere anualmente cerca de 600.00 euros para a Associação: 400.000, através do Plano de Apoio ao Associativismo, aos quais acrescem verbas destinadas à comparticipação de três Equipas de Intervenção Permanente, de uma equipa de intervenção adicional e de outras necessidades operacionais, totalizando um investimento municipal crescente, já superior a meio milhão de euros.
A Presidente alertou ainda para as dificuldades acrescidas na gestão de recursos humanos, resultado da concorrência desigual com autarquias vizinhas dotadas de corpos de bombeiros municipais, que beneficiam de carreiras e regimes remuneratórios mais atrativos — condições impossíveis de igualar face às limitações orçamentais do Município.
Perante esta realidade, Marlene Guerreiro defendeu a urgência de soluções estruturais a nível nacional, nomeadamente com a consolidação de um Sistema Nacional de Socorro, que garantisse condições estáveis, dignas e sustentáveis para os corpos de Bombeiros, através de Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários, com maior apoio do Estado ou para Bombeiros Municipais, com apoio do Estado, à semelhança do regime de transferência de competências, assegurando desta forma a igualdade na segurança de acesso ao socorro.
“As populações quando precisam de socorro não podem estar à mercê das diferentes capacidades financeiras dos seus municípios. É fundamental alterar o sistema a nível nacional, para que possamos realizar o merecido e necessário reforço da capacidade operacional desta corporação histórica e indispensável ao concelho” reforçou a autarca.
A reunião decorreu num diálogo muito profícuo, face à experiência do governante antigo autarca e dirigente de associados de bombeiros, no qual a Presidente reafirmou a necessidade de uma resposta célere, articulada e justa por parte do Governo, em defesa da segurança da população e da resiliência do território, sublinhando igualmente a total disponibilidade do Município para colaborar em todos os processos que permitam construir soluções sólidas e duradouras.
CM de São Brás de Alportel