Por: Manuel José Dias Ramos
MOTE
Os incêndios florestais
Todos anos na época do verão
A fazer vítimas mortais
Sem haver condenação
I
Chegou o verão, é o inferno!
Com as nossas florestas a arder,
Milhares de famílias estão a perder
Tudo, o que têm, para o seu governo.
É este o mundo moderno!
Todos os anos, cada vez mais
Árvores fruteiras, e pinhais
Em carvão, tudo queimado.
Isto, é tudo comanditado!
Os incêndios florestais.
II
O verão de antigamente.
Nos anos cinquenta, sessenta,
Havia uma justiça, mais atenta.
Havia o respeito para toda a gente.
Não havia incêndios frequente.
A afligir a população.
Havia paz e união.
Mais respeito, mais franqueza.
Hoje em dia é uma tristeza.
Todos os anos, na época de verão.
III
Os políticos fazem o balanço.
Os bombeiros com a sua vida em perigo,
A combater um fogo inimigo,
Noite e dia sem ter descanso.
O fogo sempre, em avanço.
A atravessar quintas e quintais
Com labaredas infernais
A queimar tudo à passagem.
Mudou de cor toda a paisagem!
A fazer vítimas mortais.
IV
Um incendiário é um criminoso.
Que não merece a liberdade.
Seja qual for a idade
Deve de ser preso, recluso.
Sem os deixar em repouso.
Trabalhos forçados, em repetição!
Sem ter dó, nem compaixão.
O mesmo, que eles fazem aos outros.
A causar feridos e mortos,
Sem haver condenação.