O incêndio que deflagrou no domingo em Aljezur, no Algarve, mantém uma frente ativa com alguns quilómetros, com pontos que podem evoluir para os concelhos de Monchique e Vila do Bispo, admitiu hoje a Proteção Civil.
Em conferência de imprensa, o segundo-comandante regional da Proteção Civil do Algarve, Abel Gomes, revelou que “existem pontos preocupantes”, onde estão concentrados os meios para evitar a propagação do fogo, “um para o concelho de Vila do Bispo e outro para o concelho de Monchique”.
“São pontos muito quentes que nos preocupam”, apontou Abel Gomes, manifestando preocupação face às previsões meteorológicas para o dia de hoje.
De acordo com o responsável, a previsão de vento moderado com rajadas, diminuição da humidade relativa e um aumento ligeiro da temperatura, são condições que podem aumentar a intensidade e propagação das chamas.
Num encontro com a imprensa para fazer o ponto da situação do incêndio, Abel Gomes indicou que o fogo tem tido “uma expansão muito acentuada em zona de mato”, com números “muito altos de cerca de 2.500 metros por hora, o que corresponde a 600 hectares por hora”.
Segundo o segundo-comandante regional do Algarve, o fogo tem mantido uma dinâmica muito surpreendente, evoluindo, por vezes, “em sentido contrário ao do vento”.
Para combater as chamas, os bombeiros tiveram de recorrer a fogo de supressão (designado por contra-fogo), “uma ação tática efetuada por pessoas especializadas dos bombeiros profissionais”, referiu.
De acordo com Abel Gomes, o vento e a falta de acessibilidades, para aceder à frente do fogo mantêm-se como as grandes dificuldades no combate.
“Não há falta de meios, nem de empenhamento dos elementos no terreno, mantendo-se em operação, entre as 07:30 e o pôr-do-sol, vários meios aéreos, com aviões e helicópteros, alguns em trabalhos cirúrgicos”, sublinhou.
O responsável adiantou que o fogo durante a noite de segunda-feira “ganhou alguma expressão na mata nacional de Barão de São João, no concelho de Lagos, em direção à aldeia de Vinha Velha, obrigando à retirada preventiva de 10 pessoas das habitações, que entretanto já podem regressar a casa”.
De acordo com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), até ao momento foram assistidas 12 pessoas com ferimentos ligeiros e apenas três necessitaram de assistência hospitalar.
“São casos ligeiros que não inspiram cuidados de maior”, realçou.
De acordo com a Proteção Civil, não existem estradas nacionais interditadas ao trânsito, existindo apenas condicionantes em estradas municipais e em caminhos na zona do fogo, “para uma maior fluidez dos meios de socorro e de maior segurança para os moradores”.
Lusa