O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou esta quarta-feira, 9 de julho, as «Estatisticas do Turismo 2024», que confirmam que as «chegadas de turistas a Portugal atingiram novos máximos históricos» e situaram-se nos 29,0 milhões, existindo crescimentos também ao nível do total de hóspedes e dormidas.
No ano passado, a atividade turística nacional manteve a trajetória de crescimento, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE), que confirma que as “chegadas de turistas a Portugal atingiram novos máximos históricos”, uma vez que este indicador aumentou 9,3% face ao ano anterior, somando 29,0 milhões de chegadas de não residentes em 2024.
As “Estatisticas do Turismo 2024”, divulgadas esta quarta-feira, 9 de julho, pelo INE, mostram também que o “mercado espanhol manteve-se como principal mercado emissor de turistas internacionais (quota de 24,7%), tendo crescido 7,5% face ao ano anterior”, seguido do Reino Unido (12,0% do total), que voltou a ser o “segundo principal mercado emissor”, aumentando 4,5%, enquanto o número de turistas franceses (11,6% do total) cresceu 2,3%.
Ainda assim, acrescenta o INE, os maiores crescimentos do ano passado foram “registados pelos mercados norte-americano (+16,9%) e dos Países Baixos (+15,0%)”, enquanto os agrupamentos ‘Outros da Europa’ e ‘Outros do Mundo’ cresceram +19,8% e +17,0%, respetivamente.
Os dados do INE mostram também que, no ano passado, os “principais indicadores da atividade turística ultrapassaram os níveis de 2023”, já que, a 31 de julho de 2024, “estavam em atividade e com movimento de hóspedes 8 506 estabelecimentos, correspondendo a um aumento de 6,1% face a 2023”.
“A generalidade dos meios de alojamento turístico registou aumentos de 4,8% no número de hóspedes e de 3,8% nas dormidas, totalizando 34,0 e 88,3 milhões, respetivamente”, indica o INE.
Os crescimentos no número de dormidas foram também comuns a todas as regiões do país, ainda que o INE destaque as taxas de variação da RA Açores (+10,0%), do Norte (+5,9%) e do Oeste e Vale do Tejo (+5,0%), enquanto “no Algarve e no Alentejo observaram-se os crescimentos mais modestos (+1,5% e +2,6%, respetivamente)”.
Do total de dormidas, 32,3% foram realizadas pelo mercado interno, somando 28,6 milhões, o que traduz um crescimento de s 1,7% face a 2023, enquanto os mercados externos deram origem a 59,8 milhões de dormidas, refletindo um crescimento anual de 4,8%.
Ao nível das dormidas, o principal mercado foi o Reino Unido, que representou 17,7% do total de dormidas de não residentes e evidenciou um crescimento de 2,9%, seguindo-se o mercado alemão (11,8% do total), que aumentou 4,5%, enquanto Espanha manteve a 3.ª posição enquanto mercado emissor (10,0% do total), embora com um decréscimo
de apenas 0,8%.
“Para além dos 3 principais mercados, destacaram-se, pelos crescimentos expressivos, a Polónia (+19,4%), o Canadá (+17,1%) e os Estados Unidos (+12,3%), tendo este último ultrapassado a França (8,6% do total) e assumindo-se como 4.º mercado emissor em 2024 (8,7% do total)”, lê-se também no comunicado divulgado pelo INE.
Os números permitem também concluir que a “dependência dos três principais mercados externos voltou a decrescer”, apesar de até ter aumento a dependência dos mercados externos a nível geral.
Segundo o INE, no ano passado, as dormidas de não residentes representaram 67,7% do total, “tendo este sido o ano, desde 2013, em que se observou uma maior dependência dos mercados internacionais, apenas superado pelo ano de 2017, em que estes mercados totalizaram 67,8% do total. Face a 2023, assistiu-se a um aumento de 0,7 p.p. na dependência de mercados externos, em termos de dormidas”.
No entanto, desde 2013, “a dependência do principal mercado externo registou o terceiro valor mais baixo em 2024 (17,7%)”, tendo-se mesmo registado um decréscimo de 5,2 p.p. do peso do principal mercado no total das dormidas de não residentes.
“Analisando o conjunto dos três principais mercados externos, em 2024, estes representaram 39,4% do total das dormidas de não residentes na generalidade dos meios de alojamento, o valor mais baixo desde 2013. Desde 2016, com exceção dos anos de 2020 e 2021, que foram mais influenciados pela crise gerada pela pandemia de
COVID-19, o peso dos três principais mercados tem vindo a diminuir. Face a 2023, a dependência do conjunto dos três principais mercados externos diminuiu 0,9 p.p., recuando 8,4 p.p. face a 2013”, explica o INE.
Por regiões, refere ainda o INE, a Grande Lisboa foi a região NUTS II onde se registou uma menor dependência, quer do principal mercado externo (15,9%) quer do conjunto dos três principais mercados externos (32,7%), enquanto o Alentejo (16,0%) e a RA Açores (17,1%) foram as regiões seguintes com menor dependência do principal mercado externo e a Península de Setúbal foi a segunda região com menor peso do conjunto dos três principais mercados externos (40,3%).
Em sentido contrário esteve o Algarve, que foi “a região mais dependente do principal mercado externo”, que representou 35,1% das dormidas de não residentes, seguindo-se o Centro (24,5%) e a RA Madeira (24,1%).
“O Algarve foi também a região mais dependente do conjunto dos três principais mercados externos (57,4%), seguida da RA Madeira (56,0%)”, indica ainda o INE.
Relativamente à taxa de sazonalidade, que indica o peso relativo dos três meses de maior procura relativamente ao total anual, o INE diz que este indicador diminuiu para 36,6% e atingiu o valor mais baixo desde 2013, sendo “mais elevado nos residentes (40,9%) do
que nos não residentes (34,5%), embora diminuindo em ambos”.
O Alentejo foi, segundo o INE, a região do país com maior taxa de sazonalidade (43,6%), seguido pela Península de Setúbal (42,2%,), enquanto na RA Madeira (29,5%) e na Grande Lisboa (30,0%) se “registaram os valores mais baixos deste indicador”.
“Considerando as dormidas de residentes, o Algarve foi a única região a apresentar uma taxa de sazonalidade superior a 50% (56,1%). Na Grande Lisboa e na RA Açores, este indicador atingiu 27,6% e 30,7%”, resume o INE.
Quanto aos não residentes, as maiores taxas de sazonalidade observaram-se na RA Açores (48,7%) e no Centro (41,8%), com a RA Madeira (29,2%) e a Grande Lisboa (30,7%) a ficarem no lado oposto e a registaram os valores mais baixos deste indicador.
Os dados do INE incluem ainda a distribuição das dormidas por meios de alojamento e mostram que “os estabelecimentos de alojamento turístico (hotelaria, alojamento local e turismo no espaço rural/habitação) registaram 31,6 milhões de hóspedes, que proporcionaram 80,4 milhões de dormidas (+5,2% e +4,1%, respetivamente)”, enquanto os parques de campismo receberam 2,1 milhões de campistas, o mesmo valor de 2023, que deram origem a 7,2 milhões de dormidas (+0,2% face ao ano anterior). Já as colónias de férias e pousadas de juventude receberam 341,0 mil hóspedes (-1,9%), que
proporcionaram 793,7 mil dormidas (+1,6%).
Viagens de residentes ao estrangeiro também aumentaram em 2024
Os dados divulgados esta quarta-feira, 9 de julho, pelo INE indicam ainda que, no ano passado, as viagens dos residentes com destino ao estrangeiro aumentaram, apesar de, de uma forma geral, as deslocações turistícas até terem diminuído 3,0 p.p. face a 2023.
Ainda assim, 48,7% da população residente em Portugal efetuou pelo menos uma viagem turística no ano passado, o que representa 22,9 milhões de deslocações com fins turísticos e traduz um decréscimo de 3,2% face a 2023.
A culpa, explica o INE, é da descida registada nas deslocações a nível nacional, que diminuiram 4,7% em 2024, atingindo 19,5 milhões e representando 85,0% do total, uma vez que as “deslocações para o estrangeiro continuaram a ganhar expressão” e representaram 15% do tal, ficando 1,3 p.p. acima de 2023, o que representa 3,4 milhões de viagens e reflete um acréscimo de 6,2% face ao ano anterior .
“As viagens turísticas dos residentes geraram mais de 93,1 milhões de dormidas (-3,5% face a 2023), tendo a maioria ocorrido em Portugal (74,8% do total, 77,1% em 2023). As dormidas em Portugal registaram um decréscimo de 6,5%, enquanto as ocorridas no estrangeiro aumentaram 6,4%”, indica o INE.
Já o meio de alojamento mais utilizado nas dormidas dos residentes em 2024 voltou a ser o “alojamento fornecido gratuitamente por familiares ou amigos”, que concentrou 37,2 milhões de dormidas e representou 39,9% do total, numa descida de 1,1 p.p. face ao ano anterior, com o INE a destacar que, “nas deslocações nacionais, esta modalidade de alojamento prevaleceu (44,6% das dormidas, -0,4 p.p. do que em 2023)”, enquanto nas viagens para o estrangeiro, os “estabelecimentos hoteleiros e similares” foram a preferência dos residentes (53,0% das dormidas, -0,2 p.p. do que em 2023).
No ano passado, a despesa média por turista em cada viagem teve ainda um acréscimo de 14,1% face ao valor de 2023, fixando-se nos 276,6 euros, com os residentes a gastarem, em média, 176,7 euros por viagem nas deslocações domésticas, enquanto nas deslocações para o estrangeiro, o gasto médio por turista/viagem cresceu 14,6% em 2024, tendo atingido 843,8 euros.
Por: Publituris