A Força Aérea Portuguesa (FAP) iniciou esta terça-feira, 1 de julho, o transporte de emergência médica com quatro helicópteros disponíveis 24 horas por dia, numa operação transitória que contou também com o reforço de dois aparelhos da empresa Gulf Med, operacionais apenas durante o dia.
Esta solução temporária foi anunciada pelo Governo na semana anterior, enquanto se aguardava o visto do Tribunal de Contas (TdC) para o contrato entre o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a Gulf Med, empresa adjudicatária do serviço. Apesar do TdC ter concedido o visto na segunda-feira, o INEM explicou que ainda eram necessários alguns procedimentos antes do início pleno da operação pela nova concessionária.
A operação do Serviço de Helicópteros de Emergência Médica (SHEM) passou, assim, a ser assegurada por quatro helicópteros da FAP e respetivas equipas médicas, acionadas através do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM.
Em paralelo, a Gulf Med começou a operar dois helicópteros Airbus – estacionados nas bases de Macedo de Cavaleiros e Loulé – que funcionaram durante 12 horas por dia. Estas aeronaves, equipadas com equipas do INEM, permitiam o embarque de doentes pelas portas traseiras, garantindo maior segurança e celeridade no transporte, segundo a empresa com sede em Malta.
Recorde-se que o concurso público internacional foi lançado em novembro de 2024, tendo a adjudicação sido anunciada em março deste ano. O contrato prevê a operação de quatro helicópteros entre julho de 2025 e o final de 2030, com base em Macedo de Cavaleiros, Viseu, Évora e Loulé. A Gulf Med investiu 40 milhões de euros em quatro helicópteros Airbus H145 e manifestou intenção de formar pilotos portugueses e criar uma entidade de formação certificada no país.
Segundo o INEM, o início da operação contratualizada com a Gulf Med decorrerá de forma gradual, respeitando os requisitos da legislação aeronáutica europeia, sobretudo no que toca à segurança.
Entretanto, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) criticou o recurso à FAP, considerando-o uma “manobra de branqueamento” que não resolve os problemas estruturais do sistema.
A FAP não prestou esclarecimentos sobre os modelos de helicópteros utilizados nem sobre a localização das respetivas bases.
Lusa