A Vila de Salir, voltou a ser o epicentro da celebração da identidade serrana algarvia com a realização da 58.ª edição da Festa da Espiga, entre os dias 29 e 31 de maio.
Considerada uma das festividades mais emblemáticas da região, a edição deste ano superou todas as expectativas, atraindo milhares de visitantes que encheram a vila durante três dias de tradição, música, gastronomia e convívio intergeracional.
Para Francisco André, Presidente da Junta de Freguesia de Salir, o balanço não podia ser mais positivo:
“A Festa da Espiga é o evento mais tradicional da Vila de Salir. Ao longo dos anos, esta celebração tem vindo a crescer, ganhando cada vez mais expressão e envolvendo toda a comunidade.”
O autarca sublinhou ainda que passaram pela festa cerca de dez mil pessoas, o que confirma o sucesso e a crescente projeção do evento.
Um dos momentos mais marcantes continua a ser o histórico cortejo etnográfico, que percorre a Rua José Viegas Gregório e passa em frente à tribuna presidencial, onde são tradicionalmente declamados poemas. Esses versos — ora de felicitação às entidades autárquicas por obras concretizadas, ora de reivindicação por melhorias ainda em falta — refletem o espírito participativo da comunidade.
Este desfile, que simboliza a origem da própria festa, integra mais de 20 tratores e mais de 200 figurantes, com atrelados decorados que representam os sítios e lugares da freguesia de Salir, bem como profissões tradicionais que continuam a ser o suporte económico da Serra do Caldeirão.
Para além da componente etnográfica, o cortejo inclui ainda as atuações dos grupos locais, com destaque para o Rancho Folclórico “As Mondadeiras das Barrosas” e o Grupo Etnográfico da Serra do Caldeirão – Cortelha, que encantaram o público com danças e cantares típicos da região.
Logo no primeiro dia, o habitual desfile etnográfico encheu as ruas de cor, alegria e memória. Carros alegóricos, trajes típicos, grupos folclóricos e recriações de antigos ofícios serranos desfilaram perante uma plateia entusiasta, dando início à festa com um tributo à identidade cultural da serra. Após o desfile, a animação prosseguiu com o baile do Valter Cabrita e depois com a atuação dos Sons do Minho, que garantiram o ambiente festivo até ao final da noite.
Na sexta-feira, 30 de maio, a programação musical ganhou destaque com a atuação do artista Salirense Diogo Ramos, que aqueceu o ambiente antes da entrada triunfante de Ana Moura. A fadista emocionou os presentes com uma performance intensa e memorável. A noite encerrou com o Remember Set, que transformou Salir numa animada pista de dança até de madrugada.
A Sexta-feira foi dedicada à Tarde Sénior, um momento de grande sensibilidade, pensado para homenagear os idosos da freguesia. Foi uma tarde de reconhecimento, música e partilha, que reforçou os laços entre gerações e sublinhou o papel fundamental dos mais velhos na preservação da identidade local.
No sábado, a festa terminou em alta com os concertos dos De Moda em Moda e do sempre enérgico Revenge of the 90’s, encerrando com animação, nostalgia e boa disposição. Também no sábado, decorreu a tão esperada tarde das Espiguinhas dedicada ao público mais jovem.
A Festa da Espiga de Salir reafirmou-se, uma vez mais, como um verdadeiro pilar cultural do interior algarvio, celebrando com autenticidade a identidade serrana, a memória coletiva e a força de uma comunidade que honra o passado, vive o presente e olha com orgulho para o futuro.
Este evento é uma organização conjunta entre a Junta de Freguesia de Salir e a Câmara Municipal de Loulé.