Por: Manuel José Dias Ramos
MOTE
As rugas que tenho no meu rosto
Fazem parte do meu percurso
Do nascer do sol, ao sol-posto
A trabalhar sem ter recurso
I
O Tempo passa a correr!
Ficou para trás, a mocidade.
Sinto-me feliz com a minha idade,
O passado, é para esquecer.
Vivo a vida, com prazer.
Sempre alegre, bem-disposto!
Junto aos meus, que eu mais gosto,
Aonde me sinto feliz.
Coleciono, na minha matriz
As rugas, que tenho no meu rosto.
II
As rugas, são um sinal.
Que todos têm, ao envelhecer.
Embora, queiram esconder.
Mas não há remédio, para qual.
A mim, não me tiram o moral.
Faço todo o meu esforço
Para a velhice, tirei o meu curso.
Saber viver a vida!
A rugas, em contrapartida,
Fazem parte do meu percurso.
III
Os meus velhos tempos de outrora,
Estão sempre no meu coração.
São tempos, que já lá vão.
Com a velhice presente, agora.
Mas o tempo não escora.
A correr, sentido oposto.
Com tudo isto, não me assusto,
Porque a vida é mesmo assim!
Tem um princípio, tem um fim!
Do nascer do sol, ao sol-posto.
IV
Com as rugas à Flor da Pele,
A terceira idade, está presente.
Fui criança, fui adolescente,
Em São Brás de Alportel.
Da minha terra, sou fiel.
A fazer o meu discurso!
Eu daqui, não sou expulso!
Tenho aqui as minhas raízes!
A viver os dias felizes!
A trabalhar sem ter recurso.