No Dia Internacional da Família, a Animalife lembra: ignorar os laços com os animais é ignorar a saúde emocional de milhares de portugueses

13:05 - 15/05/2025 ATUALIDADE
Associação exige o reconhecimento legal das famílias multiespécie e a inclusão dos animais de companhia nas políticas sociais.

Neste Dia Internacional da Família, a Animalife sublinha uma realidade cada vez mais presente nos lares portugueses — e ainda assim esquecida pelas políticas públicas: os animais de companhia são parte da família. E, para muitos, são a sua principal fonte de equilíbrio emocional.

Num país onde 72% dos portugueses têm pelo menos um animal de estimação, sendo que 61% têm cães e 54% gatos, os animais ocupam hoje um papel central na vida afetiva das pessoas. São presença, companhia, segurança e vínculo. Para quem enfrenta solidão, doença, pobreza ou exclusão social, a relação com o seu animal pode ser o único suporte emocional constante. Fonte: TGM Research, 2023

“Um animal não é um bem acessório. Para muitas pessoas, é a única fonte de afeto, segurança e estrutura emocional. Ignorar esse vínculo é, na prática, agravar o sofrimento de quem já está em risco”, afirma Rodrigo Livreiro, presidente da Animalife.

Apesar disso, a maioria das respostas públicas continua a desconsiderar as reais condições em que vivem as famílias portuguesas. Em situações de emergência ou catástrofe, os planos de proteção civil não contemplam os animais de companhia, obrigando frequentemente à separação. No acesso à habitação, os desafios são cada vez maiores: senhorios que proíbem animais, despejos que não consideram o agregado familiar como um todo, alojamentos de emergência que os excluem. Tudo isto acontece enquanto as despesas com alimentação, saúde e bem-estar dos animais aumentam e a maioria das famílias em vulnerabilidade económica não tem qualquer apoio para manter o seu companheiro ao seu lado. Estes obstáculos colocam em causa a estabilidade do lar, o bem-estar emocional das pessoas e o vínculo afetivo que, muitas vezes, é o último suporte que lhes resta.

Desde 2012, a Animalife tem atuado com uma abordagem pioneira: o Programa de Apoio Social-Animal (PASA), que apoia simultaneamente pessoas em situação de vulnerabilidade e os seus animais. O programa possibilita:

  • o acesso a alimentos e bens essenciais para os animais do agregado familiar;
  • apoio na regularização dos atos médico-veterinários obrigatórios, como a vacinação e a identificação eletrónica;
  • apoio à esterilização dos animais, com o objetivo de prevenir ninhadas indesejadas e reduzir o número de abandonos;
  • ações de educação e sensibilização para a detenção responsável de animais;
  • e acompanhamento social especializado, com uma visão integrada da família multiespécie.

Em 2023, esta resposta inspirou um avanço importante: pela primeira vez, o Orçamento de Estado contemplou verbas para cuidados veterinários de animais pertencentes a famílias carenciadas. É uma conquista simbólica — e um sinal de que o reconhecimento institucional deste novo modelo familiar está a caminho, mas ainda longe de ser norma.

“É urgente que o Estado reconheça aquilo que a sociedade já sente: os animais são parte integrante das nossas famílias. Sem esse reconhecimento, continuaremos a oferecer respostas sociais incompletas, desumanas e ineficazes,” afirma Francisco Gonçalves, Diretor do Departamento de Desenvolvimento Social-Animal da Animalife.

A Animalife defende:

  • O reconhecimento legal das famílias multiespécie;
  • A inclusão dos animais nas respostas sociais, habitacionais e de emergência;
  • O investimento público em programas de apoio social-animal;
  • A formação de profissionais das áreas sociais e da saúde para compreenderem o elo humano-animal.

Neste Dia Internacional da Família, a Animalife deixa um apelo claro:
proteger as famílias significa também proteger os laços que sustentam a sua saúde emocional, dignidade e estabilidade — incluindo aqueles com quatro patas.

 

Pessoas e Animais Agradecem.

 

Animalife