O Ombria Algarve, localizado no concelho de Loulé, inserido na natureza com foco na sustentabilidade e na relação com a comunidade, aposta em designers e artesões locais e faz parceria com o projeto municipal Loulé Criativo/Loulé Design Lab.
O resort de luxo adquiriu mais de meio milhar de peças artesanais que vão decorar os seus imóveis e o hotel de cinco estrelas, Viceroy at Ombria Algarve.
Criadas exclusivamente para este projeto, as peças, de cerâmica e palma, farão parte da decoração dos 65 apartamentos Viceroy Residences e de 76 quartos e espaços comuns do hotel Viceroy at Ombria Algarve, concebida pela firma americana Wimberly Interiors.
Da autoria da designer de mobiliário Leni Farenzena e da ceramista Bernadette Martins, são 524 objetos de design – 282 pratos, 141 cestos para toalhas e 141 cestos de empreita para chapéu de chuva – que valorizam materiais como o barro e a palma utilizada na cestaria. Estas peças são concebidas por artesãos locais com recurso a técnicas tradicionais. O uso de materiais naturais na decoração dos espaços está em linha com a filosofia escolhida na construção dos edifícios do Ombria Algarve, que deu primazia à cortiça, ao ladrilho Santa Catarina, à olaria e as mobílias adquiridos tanto a fornecedores locais como nacionais.
Estas artistas fazem parte da iniciativa Loulé Criativo que aposta na valorização da identidade deste território situado no Algarve, tendo como força motriz a criatividade e a inovação. Apoia a formação e atividade de artesãos e profissionais do setor criativo, contribuindo para a revitalização das artes tradicionais e para dinamização de novas abordagens ao património imaterial. O Loulé Design Lab está integrado neste projeto, através do apoio a novas ideias na área do design aplicado à cultura da região.
As peças adquiridas pelo Ombria Algarve encontram-se na Lista Vermelha das Atividades Artesanais Algarvias, uma iniciativa promovida pela Direção Regional de Cultura do Algarve e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, que identifica, cataloga e regista as artes e ofícios da região, com o objetivo de as promover a salvaguardar. Esta lista inclui assim a empreita de palma, a cestaria de palma e a cerâmica utilizadas nestas peças.
“O Ombria é a recriação de uma aldeia algarvia e esta parceria está inserida na nossa estratégia de responsabilidade social, o que nos permite valorizar e destacar o património em vias de extinção. Através desta parceria, estamos a valorizar o know-how local, dando-o a conhecer aos nossos hóspedes e proprietários vindos de todo o mundo”, refere João Richard Costa, Diretor de Vendas & Marketing do Ombria.
Inserido numa paisagem preservada no barrocal algarvio, o projeto Ombria pretende oferecer uma filosofia que convida a viver de forma desacelerada e a usufruir do que de melhor a natureza tem para oferecer.
Promovido pelo grupo finlandês Pontos, a primeira fase do empreendimento abre portas no final de 2023.
SOBRE AS ARTISTAS:
Leni Farenzena
Responsável pelo projeto de arquitetura e mobiliário For Nature Design, que nasceu há cinco anos quando começou a reutilizar os restos de materiais de obras de construção para produzir mobiliário. Inspirado nas formas e estruturas da natureza, conta com uma linha de mobiliário e iluminação. O desenho dos objetos tem como base uma sólida geometria de linhas e volumes, que são preenchidos com materiais locais e naturais, como a palma, a tabua, a madeira e o ferro. Colabora com diversos artesãos locais, já que não existem duas peças de artesanato exatamente iguais.
Bernadette Martins
Bernadette Martins nasceu em França em 1971, mas foi conquistada por Loulé, onde vive e trabalha. Desde sempre desenvolveu aptidão para as artes. Licenciou-se em Design no IADE, em Lisboa, e mais tarde frequentou um curso de pintura de azulejos e cerâmica em Loulé. Em 2007 inaugurou o seu próprio atelier e é professora de cerâmica desde 2013.
SOBRE AS PEÇAS:
A linha de pratos ornamentais remete para as tradições portuguesas e para as cores da natureza algarvia. Assim, a cor azul relembra-nos de forma quase instantânea os azulejos enquanto a cor bronze nos rememora a serra e a terra, o fogo e o calor. Os pratos são realizados na roda de oleiro com o barro vermelho e banhados em barbotina branca, um processo muito típico da Olaria Portuguesa aliado a uma decoração mais contemporânea.
O cesto de guarda-chuva é feito com a técnica malha de palma, uma técnica de trabalhar a folha de palmeira que é colhida no Algarve. Tem uma estrutura em metal revestido com ráfia (fibra natural) e um prato de cerâmica feito à medida para recolher a água dos guarda-chuvas. O processo passa por vários colaboradores e por diversas técnicas tradicionais algarvias, numa abordagem sustentável.
O cesto de toalhas é inspirado na forma do “saveiro” uma pequena embarcação muito usada na ria formosa por pescadores. É utilizada a técnica Malha de Palma, uma técnica de trabalhar as folhas da palmeira anã, tendo por base a baracinha (pequeno cordel de palma), que resulta numa espécie de rede.