Lagos recebeu representante dos municípios cabo-verdianos

16:06 - 02/02/2023 LAGOS
O Presidente da Associação Nacional dos Municípios Cabo-verdianos (ANMCV), Herménio Celso Fernandes, esteve ontem em Lagos, a convite do Presidente da Direção da Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico (APMCH), função desempenhada por Hugo Pereira, presidente da autarquia lacobrigense.

O motivo desta visita oficial foi a assinatura de um protocolo de colaboração entre as duas estruturas associativas. O momento foi presenciado pelo presidente do município de Machico, Ricardo Franco, membro do Conselho Fiscal da APMCH, e pelo vereador do município de Lagoa, Mário Guerreiro, também associado da APMCH, bem como pelos secretários-gerais da ANMCV e da APMCH, Fernando Borges e Frederico Paula.

A parceria agora formalizada tem como objetivo a criação de sinergias através de ações conjuntas ou coordenadas, a promover no âmbito de iniciativas, programas e projetos de cooperação que contribuam a salvaguarda, promoção e valorização dos centros históricos e do poder local.

A colaboração entre a APMCH e a ANMCV poderá concretizar-se ao nível da troca de experiências e de informação técnico-científica, da permuta de publicações científicas periódicas e partilha de recursos bibliográficos, da organização conjunta de eventos, da divulgação das iniciativas de ambas as instituições pelas suas redes de contactos e/ou parceiros, ou, até mesmo, numa colaboração direta em projetos e programas de cooperação técnico-científica de interesse comum.

Em declarações proferidas durante o evento, Herménio Fernandes referiu-se à assinatura do protocolo como um acontecimento muito importante para os municípios de Cabo Verde, dada a oportunidade que os centros históricos representam para a dinamização do turismo e para a atratividade dos próprios territórios, acrescentando-lhes competitividade e impactos positivos para as comunidades.
 
Recordando os projetos estruturantes para o desenvolvimento resiliente do turismo e economia azul cabo-verdiana que estão a ser desenvolvidos no arquipélago pelo Fundo de Turismo com financiamento do Banco Mundial, o presidente da ANMCV acrescentou que não basta recuperar e requalificar o património, sendo necessário acrescentar conhecimento para garantir uma gestão qualificada dos centros históricos e harmonizar o nível da oferta de serviços disponibilizados ao turista/visitante com o que se pratica em outras geografias, pois só assim se conseguirá gerar efetivamente valor, depositando, por isso, grande expetativa na mais-valia da parceria agora firmada.
 
Aludindo aos centros históricos como a marca da nossa identidade e um dos mais importantes fatores de valorização e competitividade dos territórios, por impulsionarem como poucos outros o turismo, Hugo Pereira não deixou de lembrar que esta atividade, nomeadamente enquanto turismo de massas, encerra igualmente perigos suscetíveis de potenciar a destruição desses valores históricos e patrimoniais, exigindo-se, como tal, uma gestão capacitada e equilibrada, para a qual contribui o trabalho que a APMCH tem vindo a fazer em termos de difusão do conhecimento e da partilha de boas práticas.