Foto Filipe Vilhena | D.R.
«Festival MED» arrancou ontem [c/fotogaleria]

12:13 - 01/07/2022 FARO
Foi nesta quinta-feira, dia 30 de junho, que arrancou mais uma edição do «Festival MED», que celebra os seus 18 anos de existência.

Arrancou ontem a 18ª edição do Festival MED e este regresso à normalidade fez-se da melhor forma, não só em cima dos palcos mas também nas ruas da Zona Histórica de Loulé. Uma noite com um público sedento de música, atividades culturais e de convívio, que aqui veio também à procura de novas experiências.

E foram precisamente as sonoridades que vieram dos quatro cantos de mundo o principal elo de ligação neste evento multicultural. Cerca de 20 bandas marcaram presença nos 12 palcos espalhados pelo recinto, dos nomes conceituados da world music aos novos projetos, da tradição à modernidade, de África ao Leste Europeu, foram várias as propostas que mereceram o aplauso dos milhares de pessoas que participaram no primeiro dia do MED.

Na Matriz, o resgate conceptual do mítico clube lisboeta Monte Cara contou com muitos amantes da música cabo-verdiana que encheram por completo o Largo da Matriz. Mas a energia atingiu altos níveis com os ritmos festivos dos espanhóis Eskorzo que puseram a plateia a dançar. A terminar a noite um set do português Magupi, que trouxe uma sonoridade tribal e exótica, situada entre a vivência de África e a música eletrónica. O artista substitui os Shkoon, a banda sírio-germânica que se viu obrigada a cancelar o concerto porque um dos seus elementos testou positivo para a COVID-19.

Na Cerca a noite não ficou atrás em termos de surpresas agradáveis mas, acima de tudo, da possibilidade de ter o privilégio de assistir a concertos com figuras icónicas. No primeiro caso, falamos de Criatura, um projeto português “fora da caixa”, que resgata a ancestralidade cultural portuguesa para lhe dar um novo caminho, arrojado e marcado por uma forte teatralidade em palco. No segundo, do senador da música africana, com mais de 4 décadas de carreira, Gyedu-Blay&His Sekondi Band, um virtuso artista que marcou também o primeiro dia do MED.

A noite terminou da melhor forma na Cerca, com os GO_A , um verdadeiro hino à música e à paz numa atuação explosiva da banda ucraniana que contou com uma plateia frenética, com muitos ucranianos residentes em Portugal a acompanharam a banda onde o folclore da Ucrânia se une à modernidade do rock, da eletrónica e de muitos outros elementos.

A primeira representante da Mauritânia no MED e que é uma das vozes singulares do seu país, Noura Mint Seymali, a força de bofenia rock de Jupiter&Okwess e uma viagem pelas músicas do mundo dos Plasticine deram os acordes da noite no Palco Chafariz.

Já o Palco Castelo “calou-se” para ouvir a musicalidade única de Rodrigo Leão. Um reforço de última hora já que o artista veio substituir a cantora Nancy Vieira, outra “baixa” no cartaz por ter testado positivo para a COVID-19.

Ainda antes, Noiserv regressou ao MED, também ele com um espetáculo carregado de beleza musical do ponto de vista da língua portuguesa e da própria imagem do cenário.

Esta noite continua o desfile na “passadeira” do MED. O Brasil vai estar muito bem representado neste segundo dia do Festival MED, 1 de julho, com Mallu Magalhães e Johnny Hooker. Destaque ainda para o projeto luso-angolano Ikoqwe, a energia frenética dos colombianos Guetto Kumbé, e as sonoridades marroquinas com elementos de jazz, eletrónica e psicadelismo dos Electric Jalaba. Tudo para ver na Zona Histórica de Loulé onde as músicas e culturas do mundo têm encontro marcado para experiências únicas.

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