A celebração do 25 de abril em Loulé ficou marcada pela inauguração da obra de reabilitação do edifício do antigo Atlético Sporting Clube, que passará a ser a nova Casa da Cultura de Loulé.
Vítor Aleixo, no discurso após o descerramento da placa inaugurativa, referiu em nome pessoal que sente «uma enorme alegria em ver esta sala e esta antiga sede do Atlético cheia de pessoas». O Presidente da Câmara Municipal de Loulé recordou alguns dos momentos que presenciou no espaço, como «os bailes, as leituras, as audições de música, as preparações de peças de teatro e as discussões sobre política e cultura».
O imóvel localizado na Rua 5 de Outubro, conhecida como a «Rua das Lojas», foi alvo de uma requalificação, com o intuito de reforçar a aposta em atividades culturais, a par da presença desta associação que nasceu da efervescência cultural do pós-25 de abril.
«Esta é mais uma ação de reabilitação e recuperação do património do concelho de Loulé. Temos um eixo político de gestão da autarquia que passa por reabilitar o nosso património, porque ele representa a nossa identidade e faz parte das nossas memórias mais pessoais», acrescentou o autarca louletano.
Esta ação pretende colocar «Loulé no mapa do turismo cultural» e Vítor Aleixo não tem dúvidas de que será isso que irá acontecer com esta aposta na Casa da Cultura de Loulé, que passa assim a ter o seu espaço requalificado, reabilitado e pronto para ser utilizado por agentes que pretendem promover a cultura, o desporto e a cidadania.
O Presidente da Câmara Municipal recordou algumas reabilitações do concelho de Loulé, como a do Cineteatro, do Mercado Municipal, da Praça da República, do Palácio dos Espanhóis, do Solar da Música Nova e lembrou ainda os Banhos Islâmicos e a Igreja Matriz, cujos processos de intervenção estão quase concluídas.
O Presidente da Casa da Cultura de Loulé, Sérgio Sousa, lembrou que aquela «estrutura cultural e desportiva tem contribuído para o enriquecimento de quem faz e de quem recebe, sendo uma forma de educar e informar. Para além disso, contribui ainda para o bem-estar de todos». A história do espaço foi ainda reforçada por Sérgio Sousa, que afirma que «este espaço cedido pelo Município acarreta consigo um enorme simbolismo».
«A Casa da Cultura de Loulé tem sido uma escola e um espaço de criação e germinação de processos culturais e sociais, mas também de reflexão e intervenção sobre a economia e a complexidade de vivências que estão subjacentes à comunidade», para além de ter sido «berço de profissionais e um estímulo para muitos, que se foram sentindo apoiados», frisou o responsável.
Sérgio Sousa afirmou ainda que «continuaremos no âmbito da nossa ação e no limite das nossas possibilidades a afirmar o sentido do nosso trabalho, contribuindo para informar, capacitar, qualificar, valorizar e desenvolver de forma sustentada o que é endógeno».
Por fim, explicou que a Casa da Cultura de Loulé continuará a funcionar como uma «plataforma de criação, capacitação e produção da maior diversidade possível de áreas da cultura, do desporto e da cidadania».
O autarca de S. Sebastião, Analídio Ponte, aproveitou a ocasião para enaltecer a ação da Câmara Municipal de Loulé e mostrou-se disponível para «ajudar no que for preciso».
As celebrações do Dia da Liberdade em Loulé, assentaram numa aposta cultural. O dia começou com o tradicional hastear da Bandeira Nacional, na Praça da República, com a participação dos Bombeiros Municipais e da Banda Filarmónica Artistas de Minerva. Em seguida, no Cineteatro Louletano, a Assembleia Municipal de Loulé promoveu uma sessão comemorativa da Revolução, tendo como convidado o jornalista Carlos Albino, figura que esteve diretamente ligada ao desenrolar dos acontecimentos do dia 25 de abril de 1974.
As comemorações dos 48 anos da Revolução dos Cravos encerraram com “Cantigas de Maio”, no Cineteatro Louletano. Em estreia nacional, o contrabaixista Bernardo Moreira fez uma homenagem a autores que marcaram a história social, política e cultural do país, como José Afonso, Fausto Bordalo Dias, Vitorino Salomé, Sérgio Godinho, José Mário Branco, e outros, trazendo músicos de nova geração. Entre eles, João Neves um dos cantores mais promissores na cena musical portuguesa.
A Biblioteca de Loulé associou-se a estas celebrações para promover a atividade pedagógica para a comunidade escolar – Saber + a Ler – com um ciclo de ateliês temáticos que focam o Dia da Liberdade, nos dias 21, 22, 25 e 27 de abril, bem como um concerto colóquio com Filipa Pais e Octávio Fonseca de homenagem a José Afonso, no próximo dia 30.
Por: Filipe Vilhena