Procura de casas em Portugal está acima da média global, diz estudo

15:50 - 11/04/2022 ATUALIDADE
E é impulsionada pela imigração. Mas legislação, impostos e inflação poderão impactar o mercado residencial no futuro.

Nos últimos dois anos, o mercado residencial esteve ao rubro na Europa. A pandemia da Covid-19 veio reforçar o papel da casa na vida das famílias. E com o poder de compra em alta, a procura de casas no espaço europeu acelerou e superou – e muito – a oferta existente. Este cenário também foi observado em Portugal, onde o mercado não só acelerou como se tornou “mais competitivo” e “focado no preço”. Além disso, observou-se que o aumento da procura de imóveis residenciais está acima da média global, uma evolução impulsionada pela imigração, aponta o estudo da Berkshire Hathaway HomeServices, a imobiliária de Warren Buffett, que passou a pente fino os mercados residenciais de Portugal, Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha, Grécia e do Dubai.

O mercado imobiliário português entrou num “novo e desafiante ciclo”, de acordo com a maioria dos profissionais do setor imobiliário português entrevistados no âmbito deste estudo. Ao longo dos últimos doze meses, mercado residencial tornou-se “mais competitivo” (para 78% dos entrevistados) e mais "focado no preço" (para 78% do total). E seis em cada dez profissionais (61%) afirmam mesmo que o aumento da procura de imóveis residenciais está acima da média global. A verdade é que estes “elevados níveis” de procura estão a influenciar o mercado residencial português de duas formas distintas, de acordo com o estudo:

Nos últimos dois anos, o mercado residencial esteve ao rubro na Europa. A pandemia da Covid-19 veio reforçar o papel da casa na vida das famílias. E com o poder de compra em alta, a procura de casas no espaço europeu acelerou e superou – e muito – a oferta existente. Este cenário também foi observado em Portugal, onde o mercado não só acelerou como se tornou “mais competitivo” e “focado no preço”. Além disso, observou-se que o aumento da procura de imóveis residenciais está acima da média global, uma evolução impulsionada pela imigração, aponta o estudo da Berkshire Hathaway HomeServices, a imobiliária de Warren Buffett, que passou a pente fino os mercados residenciais de Portugal, Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha, Grécia e do Dubai.

O mercado imobiliário português entrou num “novo e desafiante ciclo”, de acordo com a maioria dos profissionais do setor imobiliário português entrevistados no âmbito deste estudo. Ao longo dos últimos doze meses, mercado residencial tornou-se “mais competitivo” (para 78% dos entrevistados) e mais "focado no preço" (para 78% do total). E seis em cada dez profissionais (61%) afirmam mesmo que o aumento da procura de imóveis residenciais está acima da média global. A verdade é que estes “elevados níveis” de procura estão a influenciar o mercado residencial português de duas formas distintas, de acordo com o estudo:

O peso da imigração na procura de casa em Portugal

Nos últimos dois anos, a imigração teve um especial peso na procura de casas de férias e de habitações de luxo, segundo aponta o mesmo estudo:

  • Mais de quatro em dez inquiridos (43%) afirmam registar um aumento da procura de habitações secundárias ou de férias;
  • Quase metade dos profissionais portugueses (49%) reporta um aumento da procura no segmento de luxo, superior à média global.

E porque é que isto está a acontecer? “Houve um 'boom' e os preços subiram devido à afluência de turistas e, consequentemente, Portugal ficou rotulado como um local na moda para se viver”, explica Carla Cláudio da Berkshire Hathaway HomeServices | Atlantic Portugal.

Neste cenário foram as duas maiores cidades portuguesas, Lisboa e Porto, que se tornaram mais populares entre os estrangeiros, registando-se, por isso, uma forte apetência por imóveis urbanos no país, o que contraria as tendências globais. Por outro lado, também foi observado um aumento de 67% da procura de casas em zonas periféricas. E também em novas áreas residenciais (66%).

E o impacto da imigração no mercado imobiliário deverá continuar a sentir-se no futuro, esta é pelo menos a previsão de mais de dois terços dos inquiridos (68%) ao avaliar o desempenho esperado do mercado para os próximos três a cinco anos.

Legislação, impostos e inflação poderão impactar mercado residencial no futuro

Não é, ainda, claro se o mercado irá manter-se dinâmico durante o próximo ano. Isto porque menos de metade (49%) afirma que o mercado vai ficar mais ativo nos próximos doze meses. O clima de incerteza poderá justificar esta resposta: “Com a Covid, é impossível prever o que pode acontecer. As taxas de juro estão a aumentar e a inflação também. Esperamos uma pequena retração em 2022, mas devido à Covid e à instabilidade política do mundo e não ao próprio mercado”, explicou Bernardo Teixeira da BWA Across.

E que fatores vão ter maior impacto na evolução do mercado residencial português? Segundo os profissionais, a legislação, os impostos e a inflação. A maioria dos portugueses (88%) considerou que a inflação terá um impacto significativo no mercado nos próximos três a cinco anos - o nível mais elevado registado. Em Portugal, a taxa de inflação atingiu 5,3% em março de 2022, o que, confirmando-se, representa uma subida homóloga de 1,1% face ao valor registado em janeiro (4,2%), segundo dados do INE. Para 90% dos inquiridos, as taxas de juro terão impacto no mercado.

 “A inflação parece ser menos transitória do que muitos inicialmente acreditavam, o que terá um impacto generalizado no comportamento do consumo e na economia global. Da mesma forma, as políticas monetárias lançadas para combater os efeitos da inflação - nomeadamente, os aumentos de taxas bancárias - vão, também, influenciar o mercado e exercer pressão sobre a procura”, referiu ainda Christy Budnick.

 

Por: Idealista