Fusão Refer/EP vai aumentar carga fiscal e despedir pessoas

10:59 - 27/11/2014 NACIONAL
A fusão entre a Estradas de Portugal (EP) e a Refer vai “aumentar a carga fiscal e despedir 700 pessoas”, disse a ex-secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, referindo que trata-se de “uma fraude” do atual Governo.

Segundo a ex-secretária de Estado dos Transportes e atual deputada do Partido Socialista (PS), o Governo está a “enganar as pessoas” com o processo de fusão entre a EP e a Refer, porque “a poupança de mil milhões de euros daqui a cinco anos é uma fraude, não é poupança nenhuma, é aumentar a carga fiscal e despedir 700 pessoas”.

A deputada do PS falou à margem de uma conferência sobre transportes públicos, integrada na IV Convenção "O papel do Estado nos sectores estratégicos", que decorreu esta quarta-feira à noite, na Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS.

Ana Paula Vitorino referiu que o atual Governo pretende arrecadar financiamento e poupanças através da “venda de ativos mobiliários, sinergias operacionais, venda de passes de negócios e maior contenção de despesas”, sendo que, neste momento, o financiamento da Refer é resultado das taxas de utilização das infraestruturas e no caso da EP é através das portagens e taxas sobre os combustíveis.

“Vamos todos começar a pagar mais em relação à taxa de combustível […]. É o povo a pagar mais um bocadinho”, criticou a socialista, em relação à fusão destas duas empresas públicas.

Para a ex-secretária de Estado dos Transportes, o processo de fusão entre a EP e a Refer não tem nenhum objetivo de eficiência, mas sim “mascarado um processo de privatização, um processo de alienação da responsabilidade do Estado”.

O ministro da Economia, António Pires de Lima, anunciou a 03 de abril que a fusão entre a Refer, gestora da rede ferroviária nacional, e a Estradas de Portugal (EP), gestora da rede rodoviária, avançava naquele mês para estar em execução no segundo semestre do ano, e concluída no início de 2015.

O ministro considerou, na altura, que "a racionalidade do projeto é óbvia, tanto do ponto de vista estratégico", como do "ponto de vista da racionalidade económica" e referiu a eficiência dos modelos europeus semelhantes.

 

SYSM / (JNM/RRA/MCL)// FV.

Lusa/Fim