Reconhecimento de Profissionais da Comunidade Louletana no Ano Rotário 2019-2020

16:40 - 04/02/2020 LOULÉ
O Rotary Club de Loulé realizou em 20 de janeiro, no restaurante do hotel Aquashow, a cerimónia de reconhecimento de profissionais relativa ao ano Rotário 2019-2020.

Foram homenageados dois profissionais naturais do Concelho, ambos dedicados a áreas artísticas. Pela Carreira Profissional Daniel Vieira, de 82 anos e, como Profissional do Ano, Ricardo Neves-Neves, de 34 anos.

O evento contou com a presença de 45 pessoas, incluindo dirigentes e outros membros de diferentes clubes rotários do Algarve, sob a coordenação do presidente do Rotary Clube de Loulé, Ângelo Silva. A comunidade de Loulé esteve representada pelo Presidente da Câmara Municipal, Vítor Aleixo, pela Diretora Municipal e pelos Presidentes das Juntas de Freguesia de Alte e de Quarteira, invocando a naturalidade dos homenageados.

A cerimónia ficou concluída com a oferta de um troféu que é uma réplica em miniatura do monumento rotário que se encontra num espaço público da nossa cidade e que simboliza e perpetua para cada personalidade distinguida a homenagem que lhe foi dedicada.

De forma breve incluímos algumas notas biográficas sobre cada um dos homenageados.

Daniel José Ramos Vieira, pintor e gravador, nasceu na aldeia de Alte, em 1937 e dedicou-se à pintura desde muito jovem. Com 20 anos foi para Lisboa e matriculou-se na Escola António Arroio, nos cursos noturnos de Desenhador e Gravador-Litografo. Depois licenciou-se em pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde se especializou em gravura. Em 1994 em Alte, desenvolveu a “Horta das Artes – Centro de Artes e Culturas”, projeto que englobava artes plásticas, música, teatro e filme. Dedicou-se a trabalhos de recolha na área da música e literatura populares. Participou nos grupos Levante e Erva Doce, onde tocava cavaquinho e bandolim.

Desde 1958, realizou diversas exposições individuais e coletivas, em Portugal e em França, Espanha, Rússia, Brasil, Marrocos, Angola e Moçambique. Possuidor de uma vasta obra, a sua pintura está representada em vários museus e coleções particulares, nacionais e estrangeiras. Ainda frequenta os bailes de forró, canta e ensina aos amigos, alguns estrangeiros, músicas tradicionais de Portugal. Divide o seu tempo entre Alfama e Alte, numa simbiose entre o urbano e o rural.

Foi distinguido em 2005 com a Medalha de Prata de Concelho Loulé pela obra da sua vida.

Na sua recente exposição em Lisboa a que deu o título “Músicos” afirmou que “é uma homenagem aos músicos do meu Pais, que percorri, com gravador na mão, e que tive o prazer de os conhecer, dos ouvir, de dançar e de cantar.”

Ricardo Neves-Neves, dramaturgo, encenador e actor nasceu em Quarteira, em 1985. É Licenciado em Teatro-Actores pela Escola Superior de Teatro e Cinema e Especialista em Estudos de Teatro pela Faculdade de Letras de Lisboa. É o director artístico do Teatro do Eléctrico, onde escreve e encena. Encenou obras de Sophia de Mello Breyner Andresen, J. J. Rousseau, W. Mozart, Charles Dickens e outros. Tem peças publicadas em diferentes editoras e traduzidas para inglês, francês, catalão e mandarim, encenadas por encenadas por Mónica Garnel, Sandra Faleiro, Ana Lázaro, Paula Sousa, João André e Diogo Freitas. É autor e co-encenador de Floating Island com Cheng-Ting Chen e Yi-Ting Hung, uma co-produção Théâtre de la Ville em Paris e, ainda, Taipei Arts Festival em Taiwan. 

Leccionou a cadeira de Interpretação na Escola Superior de Teatro e Cinema e na ACT – Escola de Actores. 

Colabora frequentemente com o Cine-Teatro Louletano, com o São Luiz Teatro Municipal, com o Teatro Nacional de São Carlos, e com diversas Companhias e entidades ligadas ao Teatro.

   

Por: Maria Helena Baptista