Nos dias 21 e 22 de novembro, Loulé organiza, em colaboração com a Universidade de Lisboa – Faculdade de Letras, um colóquio internacional e a exposição fotográfica «Imagens do Alto Algarve Oriental» (1978) de Victor Gonçalves,
uma evocação do início das campanhas arqueológicas em Corte João Marques (1978), Ameixial – Loulé, e daobra «Megalitismo e Metalurgia no Alto Algarve Oriental», da autoria de VictorGonçalves, que perfaz 30 anos da sua edição.
Corte João Marques é, assim, o mote para um balanço da obra «Megalitismo e Metalurgia no Alto Algarve Oriental», perspetivando avanços no estudo do 3º milénio no Algarve e discutindo conceitos e linhas de investigação abertas por Victor S. Gonçalves.
Na sequência da realização da exposição «Loulé: Territórios, Memórias e Identidades»,patente no Museu Nacional de Arqueologia (2017-2019), Corte João Marques(Ameixial, Loulé) foi objeto de uma nova revisão e, posteriormente, todo o acervo resultante das escavações foi depositado no Museu Municipal de Loulé.
A obra comemorada constitui uma referência na Pré-História e Arqueologia do Algarve e de todo o Sul Peninsular, sendo a primeira tese de doutoramento de Arqueologia especificamente dedicada ao Algarve.
Esta obra está indelevelmente ligada ao percurso de Victor S. Gonçalves, professor catedrático jubilado da Universidade de Lisboa, fundador e diretor do Centro de
Arqueologia da Universidade de Lisboa, UNIARQ (1976-2016), e coordenador da área de ensino em Arqueologia da Faculdade de Letras de Lisboa (1989-2016).
Foi diretor da Faculdade de Letras de Lisboa (1974), presidente da Comissão Científica d Departamento de História (1993-1995). Autor de 27 livros e de mais de 250 artigos ecapítulos, coordena atualmente projetos de investigação em Coruche (Antropização do Vale do Sorraia), Palmela (Grutas Artificiais do Casal do Pardo) e Montemor-o-Novo(Origens do Megalitismo no Alentejo Médio).
É Académico de Mérito da AcademiaPortuguesa da História.
«Megalitismo e Metalurgia no Alto Algarve Oriental» mantém a sua importância na agenda da investigação, quer ao nível da documentação arqueológica, quer dos
modelos interpretativos.
Trinta anos volvidos, o Cerro do Castelo de Santa Justa (Alcoutim) é ainda hoje o único povoado fortificado escavado e publicado no Algarve e Corte João Marques (Loulé) um dos mais relevantes sítios calcolíticos do Sul Peninsular onde se documentou a produção metalúrgica. A abordagem exaustiva e detalhada da
cultura material incluiu a sistematização e estudo de artefactos do uso quotidiano usualmente desprezados da «agenda» arqueológica.
Também os conceitos utilizados abriram perspetivas interpretativas, propondo novas leituras relacionadas com aRevolução dos Produtos Secundários e Megalitismo.
Por: CM Loulé