INVESTIGADORES DA UALG APRESENTAM NOVAS SOLUÇÕES

17:09 - 31/03/2019 ALGARVE
Investigadores do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve (UAlg) acabam de publicar um artigo no Jornal Environmental Modelling & Software, intitulado «Coupling nearshore and aeolian processes: XBeach and duna process-based models»,...

... onde é apresentada uma nova abordagem que permite prever a capacidade de adaptação das praias face às mudanças futuras do clima.

Esta investigação realiza-se no âmbito do projeto ENLACE, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e coordenado pela UAlg, que tem ainda como consultores Dano Roelvink, do Institute for Water Education (IHE-Delft), Irene Delgado, da Edje Hill University, e Derek Jackson, da University of Ulster. Delft

Durante quase quatro anos, Susana Costas, coordenadora do projeto e investigadora do CIMA, em colaboração com Dano Roelvink, do IHE Delft, desenvolveram um novo modelo numérico, DUNA, para simular e prever a evolução física das dunas costeiras. Trata-se de um modelo inovador de previsão da evolução morfodinâmica, que engloba vários módulos independentes, traduzindo, assim, os processos mais importantes no crescimento deste ecossistema costeiro.

“Foi criado com o intuito de prever como a zona costeira irá reagir às mudanças climáticas ou à crescente ocupação humana da orla costeira”, explica Susana Costas, adiantando ainda que “é aplicável a qualquer costa arenosa, onde o sistema dunar esteja presente, ou se pretenda construir, e já foi validado em diversas praias, como é o caso da Praia de Faro, no sistema da Ria Formosa”.

As previsões de longo-termo de evolução costeira, a escalas de décadas, são cada vez mais procuradas para o planeamento e adaptação face às alterações climáticas e à subida do nível médio do mar. Assim sendo, explica a investigadora, “existe uma recorrente necessidade de estender os modelos numéricos baseados em processos físicos costeiros, para além das escalas temporais de curto termo. Estes modelos já são capazes de fornecer uma análise detalhada e prever as alterações morfológicas em escalas de curto prazo”. Ainda assim, esclarece Susana Costas, “é necessário preencher a lacuna entre os processos hidrodinâmicos e o transporte sedimentar de curto termo, variável de horas a dias, e as respetivas alterações morfológicas, que muitas vezes decorrem em períodos muito mais longos”.

O ENLACE irá aplicar modelos numéricos baseados em processos físicos, com o objetivo de identificar a melhor estratégia para simular a evolução a longo-termo das costas arenosas. Esta estratégia será determinada por um balanço entre o reducionismo e a síntese para capturar comportamentos morfológicos chave, que expliquem e ajudem a prever alterações a um nível de "complexidade apropriada", dando, assim, resposta às necessidades da sociedade.

         

Por: UAlg