Cerca de 400 estudantes, provenientes um pouco de todo o Algarve, concentraram-se hoje à entrada de Faro, onde envergaram cartazes, entoaram gritos de protesto contra as alterações climáticas, e apelaram aos governantes por «mais união, menos poluição».
“Nós somos a primeira geração a ser afetada, a estudante da Suécia [Greta Thunberg] é uma inspiração para todo o mundo e nós portugueses às vezes somos deixados de parte, tal como o Algarve, e queremos ser ouvidos. Até porque o governo não está a dar a devida atenção a este problema”, reivindicou Margarida Roxo.
A estudante de 16 anos, do curso de Artes, da Escola Secundária Tomás Cabreira, em Faro, foi uma das responsáveis por este movimento ser realizado também na capital algarvia.
“Pensei em ir a Lisboa, porque na altura era um dos únicos locais previstos, juntamente com Coimbra e Porto, mas seria difícil para muitos estudantes fazer essa viagem, então enviei uma proposta ao grupo nacional que aceitou. Vieram estudantes do todo o Algarve, desde Loulé, Tavira, Portimão ou Vila Real de Santo António”, rejubilou.
Entre os cerca de 400 estudantes presentes, na maioria do ensino secundário, marcaram presença também alguns alunos universitários, como Inês Nunes, de 20 anos, que frequenta o curso de psicologia, da Universidade do Algarve.
“Ainda temos 12 anos para reverter o que foi feito até agora pelas gerações anteriores, de forma a tentar não acabar com o único planeta que temos. Quanto a faltar às aulas, acho que nem sequer teremos futuro se não estivéssemos aqui hoje”, salientou.
Depois de se terem concentrado pelas 10:30, numa das entradas de Faro junto às principais superfícies comerciais da cidade, o grupo caminhou em protesto, os cerca de 2,5 quilómetros até ao jardim Manuel Bívar, no centro de capital algarvia, onde continuaram a envergar cartazes, ou a entoar o hino nacional e cânticos de protesto sobre a defesa do ambiente e alertas dirigidos ao governo, “por um futuro melhor”.
No final da manhã no mesmo espaço lúdico na baixa da cidade, houve lugar à leitura do manifesto, mas também à apresentação de um artigo científico sobre o plástico e a leitura de um texto sobre as alterações climáticas.
Já perto da hora do almoço a conclusão do protesto aconteceu em jeito de ‘microfone aberto’, onde cada um pode manifestar a sua opinião para os presentes, entre aplausos e outras manifestações.
Por: Lusa