Em Outubro, a exposição Loulé. Territórios. Memórias. Identidades associa-se à celebração mundial da Arquitetura e dá a conhecer como é determinante esta arte na criação de uma exposição acessível e que incentiva a curiosidade do público.
Manuela Fernandes, arquiteta da Direção-Geral do Património Cultural e responsável pelo desenho do espaço expositivo de Loulé. Territórios. Memórias. Identidades, no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, explica que “o desenho da arquitetura do projeto de museografia é feito em resposta a um guião criado pelos cinco comissários da exposição”, de forma a gerar “uma relação de contexto entre as peças e um discurso relacional com os visitantes”. No caso de uma exposição que relata mais de 7 mil anos da História do concelho de Loulé, “além de se apresentarem as peças por ordem cronológica”, “procurou-se ainda cativar a atenção do público para procurar mais informação”. Este incentivo surge pela criação de “vitrinas que apresentem os objetos com dinamismo, o que foi conseguido através das formas ondulantes” e “com uma composição plástica com um ritmo próprio”, assinala Manuela Fernandes. “Também importante”, realça, é que o acesso à informação seja “rápido e claro”, pelo que “os textos que descrevem cada núcleo expositivo foram reescritos até se conseguir uma linguagem acessível”.
A “mesma preocupação”, acrescenta, “existe em relação aos conteúdos desenvolvidos para os écrans LCD que estão no espaço expositivo”. 2 Inovar para fortalecer a relação com o visitante Pela primeira vez, com a exposição Loulé. Territórios. Memórias. Identidades, o Museu Nacional de Arqueologia permite que se possa tocar em várias das peças expostas. Um conceito que “aproxima os conteúdos expostos dos públicos” afirma Manuela Fernandes, pois “poder tocar numa peça original cria uma relação direta com a mesma, dá espaço à exploração pela curiosidade do indivíduo e cria empatia com o objeto exposto”. Loulé. Territórios. Memórias. Identidades foi pensada desde o início como “uma exposição acessível” e “a presença destas peças é também um valor fundamental para todos os visitantes invisuais, que têm possibilidade de criar uma relação tátil com a exposição, podendo também explorá-la no seu tempo e com maior autonomia”, destaca a arquiteta. A inovação neste espaço expositivo surge também com a criação do núcleo de fotografias, denominado Identidades, “concebido com a cara dos louletanos que são proprietários das terras onde foram encontradas as peças”, detalha Manuela Fernandes. “São pessoas que pertencem ao território e a sua presença humaniza as peças”.
“A queijeira [pré-histórica] serviu para guardar queijo, e quem come queijo são as pessoas”, exemplifica. Procurou-se assim um espaço expositivo “onde as fotografias pudessem confrontar-se com a exposição”, resume Manuela Fernandes. E, através da ligação entre as peças e os seus ‘guardiões’, “fortalecer a relação entre quem vem visitar a exposição e o museu”. LOULÉ. Territórios, Memórias, Identidades apresenta mais de 7 mil anos de história do concelho, revela costumes, hábitos alimentares e a vida quotidiana das várias civilizações que por ali passaram através de peças arqueológicas. A exposição está patente no Museu Nacional de Arqueologia (Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa), de 3ª a Domingo entre as 10h e as 18h. 3 LOULÉ. Territórios, Memórias, Identidades é um “Portugal em miniatura” que espelha a história de Portugal, da Península Ibérica e da Europa. Um verdadeiro ponto de partida para uma viagem obrigatória até Loulé para descobrir o concelho e os seus segredos mais bem guardados, como o sítio de Corte João Marques, a escrita do Sudoeste, o Cerro da Vila, o Castelo de Salir e o centro histórico da cidade. A exposição LOULÉ. Territórios, Memórias, Identidades é uma iniciativa conjunta dos Museus Nacional de Arqueologia e Municipal de Loulé, com o apoio da Lusitânia Seguros, da Imprensa Nacional da Casa da Moeda e do 365 Algarve. LOULÉ. Territórios, Memórias, Identidades inscreve-se na longa tradição de cooperação do Museu Nacional de Arqueologia com as autarquias, iniciada há exatamente 20 anos. LOULÉ. Territórios, Memórias, Identidades é a 22ª exposição desta natureza a ocupar o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, no ano em que também o Museu Municipal de Loulé está a celebrar o seu 22º aniversário.
Por: Mnarqueologia