A Via do Infante de Sagres (VIS), supostamente A22, é uma rodovia fundamental para o desenvolvimento da Região do Algarve, onde a introdução de portagens, pressupunha a existência de pelo menos uma alternativa adequada que, no caso do Algarve, chama-se EN125, mas, só nós os Algarvios sabemos que, esta, não é uma opção, mas sim uma obrigação.
As especificidades desta Região, onde a utilização dos transportes coletivos é reduzida, porque a oferta não responde às necessidades da população, implicam uma elevada dependência do automóvel para realizar deslocações diárias obrigatórias. Deve salientar-se também que, a VIS, veio contribuir para uma nova dinâmica económica e social na Região, pela facilidade de deslocação de pessoas e bens, logo, deve ser considerada uma via estruturante para o desenvolvimento do Algarve, não devendo ser considerados apenas os custos diretos da sua manutenção. A circulação de pessoas e bens, deslocou-se preferencialmente para a EN 125, causando constrangimentos à circulação rodoviária, a rápida degradação do piso, o aumento da sinistralidade, dificuldade na circulação dos “veículos em missão de prestação de socorro”.
Se a construção da VIS teve por objetivo o desenvolvimento da Região, constituindo-se esta uma alternativa à EN125, pelo facto de esta ser uma via situada no litoral densamente urbanizado, de alta sinistralidade e não podendo ser alvo de requalificação direta, havendo necessidade de construir variantes, no presente pretende-se que o Algarve caminhe em sentido inverso, apresentando-se a EN125 como alternativa à VIS, ou seja, verificou-se uma involução.
O CDS de Castro Marim, estava confiante na rápida resolução deste problema, considerando as promessas eleitorais dos partidos que suportam o atual governo, logo, foi com surpresa que verificámos que tal não ocorreu e, ainda, mais surpreendidos ficámos, quando no dia 1 de janeiro o valor das portagens aumentou em alguns troços e para algumas classes. Para Victor Hugo Palma “as portagens devem ser congeladas de imediato até à conclusão das obras de requalificação da EN125 e, após as mesmas, os habitantes da Região, devem beneficiar de uma redução de pelo menos 50% do custo atual das portagens até à sua extinção (…) estamos perante um recurso que não está a ser rentabilizado, mas, acima de tudo, porque a segurança das pessoas é diariamente posta em causa, este é um custo que não estamos dispostos a pagar”.
Por: CDS Castro Marim