«CATARINA», um espétáculo da ACTA

10:30 - 12/11/2016 FARO
Um poema de Sophia de Mello Breyner, «Catarina Eufémia», está na origem de uma ideia trabalhada por Jacinto Lucas Pires e Estreia a 18 de Novembro, pelas 21h30, no Teatro Lethes, em Faro.

Um poema de Sophia de Mello Breyner, «Catarina Eufémia», está na origem de uma ideia trabalhada por Jacinto Lucas Pires e Luís Vicente, qual dá corpo a este espetáculo da ACTA-A Companhia de Teatro do Algarve, que fala das motivações de luta e de busca da justiça personificadas por essa ceifeira alentejana assassinada pela repressão salazarista, em 1954, aos 26 anos de idade.

Segundo Luís Vicente, o encenador, “Celebrar hoje a luta protagonizada por Catarina Eufémia não significa convocar fantasmas do passado ou entrar em caminhos de apologia política, em sentido estrito. Significa, sim, convocar a memória e reivindicar um sentido de dignidade a que todo o ser humano tem direito, não só mas também com o alcance que Sófocles lhe deu na sua “Antígona”. O poema de Sophia, “Catarina Eufémia”, é a esse respeito esclarecedor, nomeadamente, no primeiro e no último versos. Falam de justiça – e para nós, na contemporaneidade, também do seu deficit, que tem vindo perigosamente a caracterizar o nosso tempo e do qual, em meu entender, devemos falar claramente para que não venhamos a ser confrontados com retrocessos infames na nossa vida coletiva. Este é o sentido do espetáculo. E acho que ele nos honrará - a nós, e também a memória dessa heroína, Catarina.”

Do elenco de Catarina fazem parte 24 intérpretes e uma égua. O Teatro Lethes foi redimensionado para receber esta produção que tem como protagonista uma jovem atriz que tem feito no teatro uma carreira discreta, mas fulgurante, interpretando textos e personagens de referência. Chama-se Ana Cris. Fixem este nome! Pelos seus desempenhos, nomeadamente, em Cais Oeste, Kilimanjaro e Tragédia Optimista, Ana Cris tem vindo a merecer a atenção da imprensa especializada, o reconhecimento de um provável lugar ímpar no teatro português contemporâneo. Tem 27 anos. É um assombro de atriz. Catarina, é o seu primeiro trabalho na ACTA-A Companhia de Teatro do Algarve.

 

Ana Cris (resumo biográfico - ACTA)

Nasceu em Braga, a 7 de Agosto de 1989. Em 2007 ingressou na Escola Superior de Teatro e Cinema onde frequentou o Curso de Teatro - Ramo Actores. Em 2008 recebeu formação pelo Teatro do Vestido (Zona#3 - Fragmentos Contemporâneos). Participou em vários projectos independentes como actriz e co-criadora, nomeadamente em Massa Crítica  (2008) e Antítese, Antiética, Antibiótico  (2009). Estreou-se profissionalmente com a Companhia de Teatro de Almada com a qual tem vindo a colaborar regularmente e onde participou, entre outros, nos espectáculos Santa Joana dos Matadouros, de Bertold Brecht, encenação de Bernard Sobel (2011), Dança de Roda, de Arthur Schnitzler, encenação de Rodrigo Francisco (2012), Timão de Atenas, de William Shakespeare, encenação de Joaquim Benite (2013), Em Direcção aos Céus, de Ödön von Orváth, encenação de Rodrigo Francisco (2013), Tartufo, de Molière, encenação de Rogério de Carvalho (2014), Cais Oeste, de Bernard-Marie Koltés, encenação de Ivica Buljan (2014), KIlimanjaro, de Ernest Hemingway, encenação de Rodrigo Francisco (2015) e Tragédia Optimista, de Vsevolod Vichnievski, encenação de Rodrigo Francisco (2016). Trabalhou ainda com o Teatro O Bando, no espectáculo Dona Maria, Dona de Mim  (2012) e, mais recentemente, fez a sua primeira incursão no cinema no filme  Montanha,  de João Salaviza. 

 

Por ACTA