Hóspedes e dormidas nos hotéis mantêm crescimento em julho com "ligeira" desaceleração

12:41 - 15/09/2016 ECONOMIA
O Algarve foi o principal destino do mercado interno

Os hóspedes e as dormidas na hotelaria em Portugal registaram aumentos homólogos de 10,2% e 7,0% em julho, totalizando 2,1 e 6,5 milhões, respetivamente, e desacelerando “ligeiramente” face a junho, divulgou hoje o INE.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o abrandamento face a junho (que registou uma evolução homóloga de 10,3% nos hóspedes e de 9,5% nas dormidas) resultou sobretudo da “marcada” desaceleração do mercado interno (+2,0% face a +8,5% no mês anterior), tendo os mercados registado uma mais “moderada desaceleração” (+9,3% em julho e +9,8% em junho).

Em julho, a estada média reduziu-se 2,9% (-0,7% em junho) para 3,13 noites e a taxa de ocupação-cama aumentou 2,1 pontos percentuais (p.p.) para 65,0%, enquanto os proveitos totais aumentaram 16,8% e os de aposento 17,5% (+16,0% e +16,9% no mês anterior, respetivamente).

Os hotéis concentraram 63,9% das dormidas, a que correspondeu o maior aumento (+10,6%) entre as várias tipologias, seguidos dos hotéis-apartamentos (+9,4%), com destaque para as unidades de quatro estrelas (+11,2%).

Já nos apartamentos turísticos verificou-se uma redução de 9,6%, tal como no mês precedente.

No mês de julho, os 13 principais mercados emissores de turistas para Portugal representaram 86,7% das dormidas de não residentes, uma quota semelhante à do mesmo mês de 2015 (86,4%).

O principal mercado – o Reino Unido, com um peso relativo de 24,8%, – manteve o crescimento, registando um aumento de 7,7% nas dormidas, em linha com o mês anterior (+7,8%), mas aquém do acumulado de janeiro a julho (+12,2%).

Tal como no ano anterior, Espanha foi o segundo maior mercado em julho (12,0% do total), tendo mantido o mesmo crescimento do mês precedente (+8,3%). No entanto, estes resultados foram inferiores aos de maio (+12,6%) e aos de janeiro a julho (+13,2%).

Já a Alemanha registou um acréscimo de 14,1%, superior ao de junho (+8,4%) e ao nível de maio (+14,5%), situando-se a quota deste mercado em 10,5%, e a França registou um “crescimento expressivo” (+18,3%), mas inferior ao do mês anterior (+24,8%), a que correspondeu um aumento da sua representatividade (+0,7 p.p. face a igual mês de 2015, para 9,5% das dormidas).

Tal como no ano anterior, o mercado holandês (peso de 6,6%) desacelerou em julho (de +17,2% em junho para +3,3% em julho), enquanto os EUA registaram o maior aumento (+28,8%) e o Brasil recuou 2,2%.

De acordo com o INE, a evolução regional das dormidas foi “globalmente positiva”, com destaque para o Norte e Açores (+13,6% e +12,0%, respetivamente).

Ainda assim, as três principais regiões turísticas apresentaram aumentos menos expressivos (+4,1% no Algarve, +7,7% em Lisboa e +7,3% na Madeira), representando em conjunto 74,2% do total nacional.

O Algarve foi o principal destino do mercado interno (37,2%), seguido por Lisboa (16,1%), Norte (15,9%) e Centro (15,7%).

À semelhança do mês anterior, todas as regiões apresentaram “acréscimos expressivos das dormidas dos mercados externos", nomeadamente o Norte (+20,5%) e Açores (+12,6%).

No Algarve (+6,9%) observou-se um aumento do mercado britânico (+7,0% de dormidas na região) e do alemão (+9,6%), mas uma redução do espanhol (-7,2%), tendo a região concentrado 42,7% das dormidas de não residentes, seguida de Lisboa (23,3%) e da Madeira (14,7%).

No que se refere aos proveitos, mantiveram a evolução estável e atingiram um total de 371,6 milhões de euros, tendo os proveitos de aposento somado 280,6 milhões de euros (+16,8% e +17,5%, respetivamente), em linha com o acumulado do ano (+16,7% e +17,8%).

Segundo nota o INE, e “mantendo a tendência de há mais de um ano, a evolução dos proveitos superou a das dormidas (acima da inflação)”.

Todas as regiões apresentaram “incrementos notórios” dos proveitos, principalmente os Açores (+25,8% nos proveitos totais e +25,1% nos de aposento) e Norte (+23,8% e +24,9%).

Já em Lisboa houve em julho uma aceleração tanto nos proveitos totais (+14,4%, face a +4,9% em junho), como nos de aposento (+12,2%; +3,7% no mês anterior).

Em julho, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) aumentou 13,4%, para 63,6 euros, acumulando um crescimento semelhante até julho, para 38,9 euros, com o Algarve a registar o valor mais elevado deste indicador (90,5 euros), seguido por Lisboa (71,5 euros).

 

Por Lusa