LOULÉ SUMMER 2016 | Entrevista a Hugo Nunes, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Loulé

10:49 - 20/08/2016 LOULÉ
Com o objetivo de proporcionar espetáculos de música e animação diferenciadora a todos aqueles que se encontram de férias na região algarvia, a Câmara Municipal de Loulé promove este verão o Loulé Summer, que irá decorrer nos dias 15, 20, 26, 27 e 28 de agosto.

A música será uma das principais vertentes desta iniciativa, que irá decorrer não só em Loulé, mas também em Quarteira. Além de artistas musicais de renome, o Loulé Summer terá ainda uma Night Parade, que promete ser um dos vários momentos altos desta iniciativa.

Hugo Nunes, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Loulé, falou com “A Voz de Loulé” para dar a conhecer melhor este novo evento bianual, que irá intercalar com a Noite Branca.

 

A Voz de Loulé – Em que consiste este novo evento e que diferenças terá relativamente à Noite Branca, festa que tem marcado o encerramento do Verão, em Loulé?

Hugo Nunes O Verão é uma época que convida à descontração e ao convívio. Nesse sentido, o Loulé Summer pretende proporcionar espetáculos de música e uma animação diferenciadora a todos aqueles que se encontram de férias na região algarvia, sem esquecer, naturalmente, os residentes. Este evento tem alguns pontos em comum com a Noite Branca, nomeadamente o facto de querermos celebrar o verão e marcar o encerramento desta época do ano tão importante para a região.

 

V.L. – Uma vez que já existia a Noite Branca, porquê a criação de um novo evento com a mesma finalidade? Porquê alternar entre eles, em vez de realizar apenas um evento?

H.N. – A Noite Branca é, sem sombra de dúvida, uma referência dos eventos realizados no Verão em Portugal. Aliás, Loulé foi pioneiro em termos nacionais ao lançar, em 2007, este evento e, posteriormente, foram várias as localidades que a replicaram. Todos nós conhecemos a dimensão da Noite Branca de Loulé, que marca o encerramento do movimentado verão algarvio, com dezenas de milhar de pessoas a rumarem a Loulé nesta noite para celebrar a época estival, para usufruir de animações surpreendentes e espaços singulares, num ambiente descontraído e glamouroso. A opção por realizar este evento bianualmente prende-se, fundamentalmente, com duas razões: por um lado, porque é avultado o investimento que é realizado com este evento, e por outro lado, porque não queremos “desgastar” o conceito da Noite Branca, queremos manter os níveis de qualidade e de reconhecimento do público, que só é possível se mantivermos a capacidade de surpreender e deslumbrar, como tal, optámos por realizar, alternadamente, a Noite Branca e o Loulé Summer, este último com um investimento inferior e em formato muito diferente.

 

V.L. – Quem são os protagonistas deste evento? Serão artistas contratados ou haverá a participação de clubes e associações locais?

H.N. – Os protagonistas serão, fundamentalmente, artistas nacionais. Vamos contar com um espetáculo daquele que é o maior nome do fado da atualidade, Mariza. Teremos outra fadista conceituada, a Katia Guerreiro, que vai subir ao palco acompanhada pela Orquestra Clássica do Sul, para um concerto surpreendente, no Calçadão Nascente de Quarteira. Quisemos alargar a área geográfica do Loulé Summer e não restringir a sua programação apenas à cidade de Loulé. Depois, contamos também com um dos artistas mais populares entre os portugueses, Tony Carreira, e de uma banda revelação que irá agradar certamente a um público mais jovem, os HMB. A par dos concertos, teremos ainda dois momentos altos: o Loulé Urban Sunset by Hugo Tabaco, no Largo de S. Francisco, e uma Night Parade, que será quanto a nós a componente mais surpreendente e inovadora deste evento. Portanto, serão 5 dias divididos em 3 momentos, e um desses momentos estende-se por 3 dias. Naturalmente que cada dia terá uma dinâmica e um ambiente diferente e até mesmo o espectador-tipo será diferente. Quisemos ser abrangentes em termos de público, nomeadamente ao nível das faixas etárias e de gostos musicais.

 

V.L. – Quais as diferenças marcantes entre a Noite Branca e o Loulé Summer?

H.N. – Em primeiro lugar, a Noite Branca é apenas um dia enquanto aqui temos uma programação que decorre em 5 dias. Além disso, o Loulé Summer irá estender-se também à cidade de Quarteira, neste primeiro ano, com o espetáculo de Katia Guerreiro acompanhada pela Orquestra Clássica do Sul, ao contrário da Noite Branca que acontece exclusivamente no coração da cidade de Loulé. Por outro lado, a forma como o evento foi pensado e vai ser estruturado é completamente diferente. Aqui a tónica estará nos concertos e nos artistas que protagonizarão esses concertos, enquanto que na Noite Branca salienta-se a componente da animação ao mesmo tempo num espaço contínuo. No entanto, queria realçar que o Loulé Summer terá também muita animação de rua, sobretudo durante a Night Parade, em que o branco não será a cor em destaque, antes pelo contrário, vamos ter muita cor e sobretudo muita luz.

 

V.L. – De que forma irá este evento dinamizar a economia local? E o comércio local vai aderir?

H.N. – Os eventos no nosso Concelho têm procurado potenciar a economia local, da restauração à hotelaria, passando pelo comércio local. Creio que, no cômputo geral, os empresários locais estão satisfeitos com a nossa ação nesta matéria. Sem dúvida que eventos como o Festival MED ou a Noite Branca, que trazem milhares de pessoas à cidade, fazem disparar o número de vendas nas lojas de Loulé, e ajudam a esgotar a ocupação hoteleira na cidade e no Concelho, os restaurantes, bares e cafés superam largamente a sua faturação média. Nesse sentido, queria sublinhar também esta importante parceria que existe com os empresários locais que aderem às nossas iniciativas ao longo de todo o ano, e não só no verão, mas que têm vindo a ser envolvidos na preparação destes eventos para poderem eles, também, organizar-se para aproveitarem estes momentos.

 

V.L. – Este evento é uma das marcas que esta Autarquia quer criar?

H.N. – Naturalmente que sim! Não estamos a lançar um evento de raiz apenas para um ano, para uma edição, estamos a pensar a longo prazo. Queremos (e acreditamos) que o Loulé Summer seja mais uma marca e um sucesso com a chancela da Câmara Municipal de Loulé e que se junte aos nossos eventos-âncora. É claro que estamos conscientes de que não é de um dia para o outro que um evento ganha projeção, são necessários alguns anos para que se consolide, mas pela qualidade do que vamos apresentar, e pelo interesse que o mesmo está já a suscitar junto do público, acredito que estamos perante mais um evento do Concelho de Loulé que vai dar que falar.

V.L. – Este ano tem sido preenchido por diversos eventos encadeados uns nos outros, onde não faltaram artistas de renome. Considera esta aposta positiva para o Concelho?

H.N. – É um facto que temos tido muitos eventos, não só nesta época de verão, mas também durante a chamada época baixa do turismo. Basta dizer que as atividades realizadas na principal sala de espetáculos do Concelho – o Cine-Teatro Louletano – aumentaram durante o presente mandato, não só em termos do número de eventos realizados, mas na sua qualidade e diversidade. Temos feito uma forte aposta na qualidade artística em todos os eventos que realizamos e, consequentemente, temos alcançado o reconhecimento do público. Obviamente que essa é uma aposta positiva para o Concelho, até porque Loulé é hoje uma referência nacional em termos da sua programação cultural. E, em alguns casos, esse prestígio já ultrapassou as fronteiras de Portugal… Por exemplo, o Festival MED está hoje integrado na rota europeia dos festivais de world music, o que para nós é um imenso orgulho.

 

V.L. – Apesar de atraírem muitos turistas, estes eventos estão focados para a população do concelho, contrariamente às Summer Nights, Spots, Sunsets, Summer Sessions, etc promovidos pelos empresários da noite algarvia? Não poderá esta aposta afastar o público destes espetáculos, prejudicando o outro lado da economia local?

H.N. – O Loulé Summer é um evento que não está apenas focado nos residentes, mas também nos turistas nacionais e estrangeiros, tal como todas as iniciativas que se realizam nesta região turística por excelência. Não queremos concorrer com ninguém, nem com nenhum evento, pensamos que no Algarve, no Verão, há público para todas as iniciativas. Não me parece, de forma alguma, que os nossos eventos prejudiquem os empresários locais, antes pelo contrário. Na Noite Branca temos tido como parceiros alguns espaços de animação noturna do nosso Concelho e isso é bem ilustrativo de como os nossos eventos não só não prejudicam como complementam o que acontece na região.

 

 V.L. – Qual o investimento previsto para o evento e qual o retorno económico a esperar?

H.N. – Nesta fase ainda não é possível quantificar o investimento com detalhe, o retorno financeiro e económico não é mensurável, pois apenas num dos eventos há cobrança de entradas.

 

 

Por Nathalie Dias