Vítor Murta Marcos, Presidente da Fundação António Aleixo

15:24 - 07/07/2016 LOULÉ
Presidente da Fundação António Aleixo e com um longo percurso ligado à política local, Vítor Murta Marcos foi convidado do programa “Olha Que Dois”, conduzido por Nathalie Dias e Victor Gonçalves, onde falou sobre a sua experiência escolar,que o levou da Escola Primária do Areeiro para o Liceu de Faro e mais tarde à Faculdade de Ciências em Coimbra e para o IST em Lisboa, numa altura em que poucos alunos de escolas rurais tinham a oportunidade de seguir os estudos.

Oportunidade onde não faltaram experiências que foram para o jovem Murta Marcos da altura uma “escola política”, tendo mesmo sido convidado a pertencer a movimentos associativos, do qual é exemplo o convite para primeiro-secretário da Associação de Estudantes, do qual foi também, mais tarde, vice-presidente, numa altura em que estudava em Lisboa, no IST, onde tirou o curso de Engenharia Civil. Um percurso estudantil que decerto terá tido a sua influência quando, em 1989, Murta Marcos surge como vice-presidente na lista liderada por Joaquim Vairinhos nas autárquicas para a Câmara Municipal de Loulé, onde esteve durante 6 anos. Sobre este momento da sua vida, o ex-vice-presidente não é de falsas modéstias, reconhecendo o peso que teve para o município. “Fica mal dizer isso, mas tenho consciência do peso que tive. Foi nesse tempo que se fizeram obras de grande relevância para o Concelho de Loulé e que foram concluídas. Projetámos e fizemos um estudo estratégico de maneira a definir as necessidades para o Concelho e algumas das obras que durante esse tempo foram pensadas e iniciados os respetivos projetos ainda estão hoje a ser executadas. O último caso foi a Avenida Papa Francisco, em Quarteira, que nos trabalhos efetuados pela Câmara durante esse tempo já estava prevista a sua construção. Foi nesse tempo que foi feito o PDM (Plano Diretor Municipal) de Loulé, que ainda hoje é feito pelos técnicos que eu tive a honra de coordenar e que ainda hoje está em vigor, com uma ligeira alteração de adaptação ao PROTAL (Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve) que entretanto saiu, mas o essencial do PDM continua em vigor e está em revisão há 10 anos.”

Mais recentemente, em 2015, Vítor Murta Marcos assume o cargo de Presidente do Conselho Administração da Fundação António Aleixo, instituição fundada em 1995, atualmente com instalações em Loulé e Quarteira, onde apoiam principalmente famílias de poucos recursos. “Existem regras para a seleção das crianças que frequentam Quarteira e Loulé e elas privilegiam as famílias de baixos recursos em termos de acesso e valor a pagar. Quem tem baixos recursos pode pagar valores na ordem dos 40 ou 50 euros por mês, enquanto os outros podem pagar 170 euros ou mais. Mas ninguém é excluído” acrescenta o presidente da Fundação António Aleixo, que explica como tudo isto é possível, “50% das receitas são da Segurança Social através de protocolos que existem nas diferentes áreas. Os utentes e utilizadores pagam cerca de 35% e a Câmara Municipal paga cerca de 10%. O volume de negócios, as saídas e despesas andam na ordem de um milhão e 500 mil euros.” Despesas necessárias para acolher as cerca de 300 crianças, até aos seis anos, que beneficiam do apoio desta instituição, que conta com cerca de 75 pessoas no quadro, maioritariamente jovens, desde auxiliares, cozinheiras, educadores de infância, entre outros, aos quais se juntam mais cerca de 15 pessoas, prestadoras de serviço. Números que fazem da Fundação António Aleixo uma instituição, não só no acompanhamento das crianças, mas também em termos de criação e manutenção de emprego.

 

Esta entrevista foi realizada por Nathalie Dias e Vítor Gonçalves no Programa “Olha que Dois”, uma parceria da “Total FM” com “A Voz de Loulé” emitido no dia 04 de maio.

 

Por VA