O presidente da Portway, Jorge Ponce de Leão, mostrou-se hoje, em Quarteira, distrito de Faro, convencido de que os trabalhadores despedidos da Portway, no aeroporto de Faro, serão “readmitidos” pela empresa nos próximos quatro anos.
A situação “leva-nos a pensar que num período de quatro anos os poderemos readmitir, porque, entretanto, esperamos que a atividade cresça”, disse Ponce de Leão à agência Lusa, acrescentando que, “durante esse período de quatro anos, os trabalhadores despedidos não terão qualquer perda de rendimento”.
Isto vai ser possível, segundo o presidente da Portway, porque o subsídio de desemprego será de “valor significativo”, será paga uma “indemnização substancial” e haverá a possibilidade de beneficiarem de contratos temporários.
Ponce de Leão explicou que até outubro os trabalhadores continuarão a trabalhar, tendo apenas sido anunciado o seu despedimento: “Até ao final de outubro muita água correrá debaixo da ponte”, disse.
O presidente da Portway falou à Lusa à margem de um almoço/debate organizado pela ANJE (Associação Nacional de Jovens Empresários), em parceria com as câmaras de Comércio Luso-Britânica, Portugal-Holanda e Luso-Francesa.
A Portway anunciou em 24 de março último, em Lisboa, que iria avançar com o despedimento coletivo de 257 trabalhadores em Faro, Lisboa e Porto, na sequência do fim da prestação de serviços de 'handling' (assistência nos aeroportos) à companhia aérea Ryanair.
Na altura, Jorge Ponce de Leão disse em conferência de imprensa que seria dada aos trabalhadores despedidos a possibilidade de continuarem a trabalhar na empresa, mas em regime de tempo parcial e que foi ainda firmado um acordo com a Ryanair para que esses funcionários tenham prioridade na entrada na companhia irlandesa.
O presidente da Portway precisa agora que, em Faro, isto não vai acontecer, “porque a Ryanair preparou-se previamente, dotou-se de pessoal”.
A empresa considera como posto de trabalho um horário laboral completo, o que faz com que os 257 trabalhadores a tempo inteiro e tempo parcial correspondam a 210 postos de trabalho, uma vez que há muitos funcionários com contratos parciais.
A Portway estima que, dos 257 trabalhadores que irão receber a carta de despedimento, 94 aceitem ficar a tempo parcial, sendo efetivamente alvo de despedimento 163.
Segundo a Portway, no aeroporto de Faro estão em causa 26 trabalhadores a tempo inteiro e 28 a tempo parcial (40 postos de trabalho), em Lisboa 61 a tempo inteiro e 20 parcial (71 postos de trabalho) e no Porto 76 a tempo inteiro e 46 trabalhadores a tempo parcial (99 postos de trabalho parcial).
Por Lusa