Após informação divulgada que o poço de exploração de gás natural no Algarve iniciará em outubro, «A Voz do Algarve» foi saber junto de Rogério Bacalhau, Presidente da Câmara Municipal de Faro, qual a sua posição e preocupações quanto a esta situação
“Estou muito preocupado com os desenvolvimentos que esta questão pode suscitar.
Seria bom que neste caso o Governo não fechasse as portas do diálogo com os autarcas da Região, pois a nossa apreensão é legítima e corresponde justamente aos receios da população.
É verdade que o Sr. Secretário de Estado da Energia não dá resposta aos autarcas, mas preocupa-me ainda mais a forma expedita e resoluta com que o Primeiro-ministro se tem referido ao assunto, afirmando taxativamente que o Governo irá prosseguir as operações de prospeção de hidrocarbonetos no Algarve.
Penso que esta intransigência do Governo frustra as expectativas dos autarcas, dos grupos de cidadãos que se têm manifestado frontalmente contra esta prospeção na nossa costa e, é ainda, lesiva do interesse público. Espero naturalmente que o Governo reconsidere esta sua postura fechada sobre a matéria. O tema foi discutido na AMAL e estamos todos contra.”
Recorde-se que foi divulgada recentemente a informação de que o consórcio Repsol/Partex pretende avançar com a perfuração do poço para a exploração de gás natural no Algarve, em outubro, cinco anos após a assinatura do contrato com o Estado.Junto do poço, que será a cerca de 40 a 50 quilómetros da costa, frente a Faro, não será colocada, segundo o presidente executivo da Partex, qualquer plataforma visível, uma vez que "tudo se passará no fundo submarino".
O consórcio Partex/Repsol detém quatro concessões, em mar alto, no Algarve, designadas Lagosta, Lagostim, Sapateira e Caranguejo.
As explorações de petróleo e gás natural no Algarve têm sido alvo de diversas críticas e diversas tentativas de contrariar a sua concretização.
Por: VA