Patrimonialização dos Caminhos de Santiago desde o Algarve

09:41 - 23/03/2016 ALGARVE
A inauguração da delegação algarvia da Associação Espaço Jacobeus, dias 2 e 3 de julho 2016, em Faro e Loulé, congrega especialistas na delimitação histórica e valorização da herança cristã deixada no Algarve pela Ordem de Santiago, devota do Santo Apóstolo que revelou ser alicerce de coesão social entre a Península Ibérica e a Europa.

O programa estende-se especialmente aos amantes do Caminho num percurso a pé pelas primeiras etapas do Caminho Português Central a Santiago de Compostela, desde a Catedral de Faro e Nossa Senhora da Piedade, Loulé.

 

Pode falar-se de Caminhos de Santiago no Algarve? Evidentemente que sim. Se é certo que a Idade Média não guardou registos sistemáticos dos peregrinos que passaram pela região, no século XIII, nos caminhos da Reconquista para Sul, grande parte do Algarve foi integrada no património da Ordem de Santiago, que aqui deixou impressivos vestígios da sua história, muitos dos quais ainda existentes.

Num momento em que se discute a importância dos Caminhos Portugueses de Peregrinação a Santiago de Compostela, e se lançou o desafio de uma candidatura de âmbito internacional à Comissão Nacional da UNESCO, a delegação da AEJ de Faro pretende contribuir para a delimitação histórica dos caminhos na região mais a Sul do país, mas, também, para a revitalização de um património que carece de um programa global de valorização.

Para isso, convidou reputados especialistas em vários domínios associados aos Caminhos de Santiago para, pela primeira vez em Faro, debater as potencialidades da região nesta matéria e quais as principais necessidades e ações a tomar. Para isso, convida também todos os que se queiram associar a esta iniciativa, seja para conhecer um pouco mais da história da região, seja para participar no processo social que está em marcha de patrimonialização dos Caminhos de Santiago desde o Algarve.

O encontro tem ainda outros objetivos, que passam pela sensibilização das comunidades e poderes públicos para a importância do Algarve nos Caminhos de Santiago, e pela divulgação deste coerente património, passado e presente, pelos agentes económicos regionais, colocados perante mais um recurso que singulariza a região nos quadros nacional e internacional.

No Algarve, as marcas deixadas pela Ordem de Santiago são um elemento de coesão regional, mas são também um motivo de carácter universal, na medida em que liga a região à Europa das peregrinações, dimensão que, em 1987, foi justamente celebrada pelo Conselho da Europa como um dos fatores de construção europeia e está na base da distinção de vários Caminhos de Santiago como património mundial.

 

Por Associação Espaço Jacobeus – Confraria de São Tiago