O alto do Malhão continua a ser feudo de Alberto Contador, com o espanhol a vencer a quinta e última etapa da Volta ao Algarve em bicicleta, ganha pelo segundo ano consecutivo pelo britânico Geraint Thomas (Sky).

Os dados estavam lançados: invencível no ponto mais alto de Loulé – triunfou com um dos seus ciclistas de cada vez que esteve presente na ‘Algarvia -, a Sky tinha no conhecimento da subida de segunda categoria o seu grande trunfo para roubar a camisola amarela a Tony Martin e impedir o alemão da Etixx-QuickStep de fazer o ‘tri’.

Mas a equipa britânica nem precisou de atacar, porque, na primeira de duas passagens pela meta, já Martin seguia num terceiro grupo – no balanço final, perderia cerca de 18 minutos para o britânico – e, por isso, deu liberdade a Alberto Contador (Tinkoff) para escalar em solitário os dois quilómetros finais para aquela que foi a sua terceira vitória no Malhão, depois das de 2010 e 2014.

“Estou contente com esta vitória, saio daqui com um bom resultado. Esta é uma corrida que me traz sorte para a temporada”, assumiu o líder da Tinkoff.

Com o triunfo da quinta etapa entregue a ‘El Pistolero’, que disparou para a posteridade, ao cortar a meta com o tempo de 4:24.47 horas, cabia aos outros lutar pelo que faltava: o pódio.

E aí, levou a melhor o impassível Thomas, que não desesperou ao ver Contador partir, mandou a sua Sky manter o passo, deixou Fabio Aru (Astana), Thibaut Pinot (FDJ) e Amaro Antunes (LA-Antarte) lutarem pelos lugares secundários na etapa, com o italiano, o francês e o português a chegarem a 20 segundos do vencedor, e, como bónus, ainda viu descolar Ion Izagirre.

Sem ter de se preocupar com o espanhol da Movistar, que perdeu dois segundos, mas segurou o segundo lugar na geral – ficou a 19 segundos do galês -, o líder da Sky subiu ao seu ritmo e concluiu a tirada 28 segundos depois de Contador, que com o triunfo de hoje saltou do décimo para o terceiro posto e subiu ao pódio, para alegria de multidão que coloriu o final da 42.ª edição.

Com o Malhão a coroar o final dos 169 quilómetros desde Almodôvar, foram muitos os que se tentaram mostrar antes das decisões finais, mas do grupo de nove, que saltou do pelotão aos nove quilómetros e chegou a dispor de uma vantagem de 5.37 minutos, só Alexandr Kolobnev (Gazprom-RusVelo) ficará para a história da 42.ª edição, ao vestir a derradeira camisola da montanha.

No palmarés oficial desta ‘Algarvia’ também estão o alemão Marcel Kittel (Etixx-QuickStep), vencedor da classificação por pontos, o belga Tiesj Benoot (Lotto Soudal), o melhor jovem, e a Katusha, novamente melhor equipa.

No oficioso, entraram muitos mais: Amaro Antunes (LA-Antarte), o surpreendente melhor português, depois do desfalecimento de Tiago Machado (Katusha), que perdeu 1.04 minutos para o vencedor, e ficou na 11.ª posição, uma atrás do algarvio, o francês Thibaut Pinot (FDJ), quarto na geral, as sensações Primoz Roglic (Lotto NL-Jumbo), quinto, e Jarlinson Pantano (IAM Cycling), oitavo, e a desilusão Fabio Aru (Astana), que foi apenas nono.

 

Por: Lusa