86º Campeonato Internacional Amador de Portugal Masculino

O PRINCIPAL TORNEIO DE GOLFE AMADOR DE PORTUGAL, NO MONTADO HOTEL & GOLF RESORT, É AGORA LIDERADO PELO ITALIANO GUIDO MIGLIOZZI, QUE NO ANO PASSADO FOI TOP-5 NO BRITISH BOYS EM ROYAL BIRKDALE

Tomás Santos Silva perdeu a liderança do 86º Campeonato Internacional Amador Masculino de Portugal, mas, em contrapartida, há dois portugueses no top-10 do torneio a decorrer no Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela, agora liderado pelo italiano Guido Migliozzi.

Um dia depois de ter efetuado a sua melhor volta de sempre em seis participações neste torneio, Tomás Silva fez ontem (quinta-feira) 77 pancadas, 5 acima do Par, ou seja, mais 11 do que na véspera, devido a um desacerto nas suas pancadas de saída. 

Mesmo assim, aguentou-se no top-10, integrando o extenso grupo dos 10º classificados, com um agregado de 143 (-1), empatado com mais sete jogadores, entre os quais Vítor Lopes, o único dos 20 portugueses que hoje foi capaz de bater o Par-72 do traçado desenhado por Jorge Santana da Silva.

Vítor Lopes juntou uma volta de 71 (-1) à de 72 (Par) de anteontem, mostrando uma enorme capacidade de luta.

Tal como no dia anterior, o algarvio revelou capacidade para recuperar de momentos menos bons. Se anteontem fechou com 4 birdies nos últimos 5 buracos, ontem jogou os últimos nove em -3, incluindo 1 eagle no antepenúltimo buraco.

Por seu lado, Afonso Girão e Pedro Lencart têm denotado solidez de jogo e capacidade competitiva, mesmo quando jogam menos bem, e estão ambos dentro do cut provisório.

Um ano depois de Lencart ter sido o único português a qualificar-se para o último dia, temos agora quatro lusos bem posicionados no top-40, com João Girão (+7) e Carlos Laranja (+7) a disporem ainda de algumas chances de carimbarem amanhã os seus passaportes.

Afonso Girão, o campeão nacional de sub-18, somou voltas de 73 e 72, surgindo em 24º empatado (+1), enquanto Pedro Lencart, de apenas 15 anos, adicionou cartões de 72 e 74, que lhe dão o 30º posto empatado (+2).

Outro jovem de 15 anos, o madeirense Carlos Laranja, estava a protagonizar uma boa exibição, ia com 1 pancada abaixo do Par até dois buracos do fim, mas fechou a volta com bogey no penúltimo e duplo-bogey no último, para um resultado final de 74 (+2) e um agregado de 151 (+7), que o deixa no grupo dos 63º classificados.

Guido Migliozzi persegue feitos de Paratore e Ferraris

O 86º Campeonato Internacional Amador Masculino de Portugal é agora liderado pelo italiano Guido Migliozzi, com 135 pancadas, 9 abaixo do Par, dispondo de 2 de vantagem sobre o galês Owen Edwards e o dinamarquês Zacharias Agerbak.

O novo comandante é mais um jovem promissor italiano a vir a Portugal. No ano passado foi 5º classificado no British Boys em Royal Birkdale e 19º aqui no Montado. Neste momento é já o 31º classificado no ranking da Associação Europeia de Golfe (EGA).

Guido Migliozzi fez ontem uma volta idêntica à de Tomás Silva no primeiro dia, ou seja, de 66 (-6), isenta de bogeys, com 3 birdies no front nine e outros 3 no back nine.

Curiosamente, levou como caddie o treinador Federico Bisazza, o mesmo que tinha carregado os sacos dos italianos Renato Paratore e Paolo Ferraris, quando venceram este torneio em 2014 e 2015. Haverá um terceiro campeão consecutivo a vir de lá dos Alpes?

Os resultados completos da primeira volta, incluindo os 20 portugueses, encontram-se no link: Site oficial da FPG. 

 

Declarações de alguns jogadores portugueses 

Vítor Lopes

«Não fugi muito dos primeiros lugares, mas depois destes dois dias poderia estar facilmente no topo. Cometi muitos erros que não deveria, mas temos mais dois dias, não estou muito longe, em dois dias pode-se recuperar. 

«O vento e a chuva são para todos, temos de saber jogar nestas condições, se queremos jogar na primeira divisão, aqui é um jogo de paciência, quem tiver mais paciência terá mais sucesso neste torneio.

«Hoje comecei como queria, com Par-Par, a esperar pelos birdies, no 15 tive uma boa oportunidade com 1 putt de 2 metros, no 16 falhei outro putt curto… à tarde os greens também estão um bocadinho mais lentos. No 17 dei um bom shot ao green e fiquei a 4 metros para eagle e fiz 3 putts! Mentalmente foi um pouco cansativo e no 18 fiz 4 putts, foi 1 duplo-bogey desnecessário. Mas depois consegui dar a volta, com birdie-birdie-birdie. Só que no 6 fui fora por meio metro (1 duplo-bogey). Disse para mim próprio que se tinha conseguido no meu 9 manter a calma, também conseguiria dar a volta outra vez e no 7 dei um shot espetacular que ficou dada para 1 eagle, dando para acalmar um pouco as coisas.

Estou a começar bem, a acabar bem as voltas, é lá no meio que… tenho de refletir com o Nuno e pensar nos objetivos, porque não estou a muitas pancadas, talvez valha a pena arriscar um pouco mais».

Tomás Silva

«Não sei explicar, não me senti confortável desde o início no tee-box, tentei o dia todo lutar contra isso e fiz um péssimo resultado.  

«Perdi um pouco a concentração (na 1ª pancada). Quando estava preparado para dar o shot, um senhor, que obviamente não fez por mal mas estava distraído, andava a caminhar na estrada. Tentei repetir o swing mas aquilo ficou-me na mente e fiz um push-slice com a bola a ir para fora. Fiz logo 1 duplo-bogey no 1º buraco, o 10 do campo. No 11 falhei 1 putt pequenino mas pensei que ainda tinha muito jogo para recuperar. Foi isso que fiz com birdies no 13 e no 14, mas depois dei maus shots e o resultado foi atrás do mau jogo.

«Nós conhecemos muito bem este campo, onde fazemos estágios e temos algumas provas. Acho que poderemos fazer bons resultados aqui. Temos é de fazer o nosso jogo, ter calma, não nos deixarmos afetar por pequenas coisas como aconteceu comigo hoje e se o fizermos iremos ter bons resultados nos dois próximos dias».

Afonso Girão

«Está a ser um bom começo de torneio, sólido, e esse era um dos meus objetivos para estes dois dias, não fazer muita asneira. Se conseguisse jogar bem, ótimo, mas como o meu jogo não esteve no meu melhor, tive dois bons resultados.

«Tenho trabalhado mais e melhor este ano a todos os níveis do que nos outros anos. Agora é concentrar-me e acreditar porque, pelo que tenho feito e pelo que tenho visto, sou capaz de fazer bons resultados aqui.

«Terminei com 1 putt de 5 metros. Comecei mal, com 1 bogey no 10, depois chip e putt no 11, no 12 falhei 1 putt de 5 metros que era importante porque era para birdie, no 13 e no 14 fiz bogey e fiquei com +3. Senti então necessidade de reconcentrar-me, porque estava um pouco em baixo. Agarrei-me ao jogo, fui tentando, com calma, fazer birdies e pares e fui bem sucedido.

«Eu penso em muitas coisas que o Gonçalo Castanho (psicólogo das seleções) me diz, mas hoje, para além disso, foi também o trabalho técnico e físico que tenho feito e muita vontade.

«Pelo que vi nestes dois dias tenho capacidade de fazer um bom resultado, mesmo que não jogue bem e se jogar bem até me sinto capaz de fazer umas 3 ou 4 abaixo do Par».

Declarações do líder, Guido Migliozzi

«Hoje joguei mesmo bem e Federico Bisazza, o treinador da equipa nacional, fez hoje de meu caddie. Tive muita sorte porque ele conhece muito bem este campo e deu-me uma grande ajuda.

«Ele já tinha feito de caddie do Renato Paratore e do Paolo Ferraris quando eles ganharam este torneio. Bem que desejaria tê-lo de novo como caddie para amanhã.

«Não fiz nenhum bogey e joguei muito bem. Fiz 3 birdies no front nine e 3 no back nine. No buraco 6 falhei pela primeira vez um green e por pouco não fazia 1 bogey, mas meti um putt enorme.

«Ontem foi um pouco mais difícil do que hoje, mas até joguei bem, só que fiz 1 duplo-bogey no 13.

«Tenho ainda muito trabalho pela frente. São apenas duas voltas, estamos a meio do torneio. Tenho ainda mais duas voltas e espero voltar a fazer um 66.

«É o terceiro ano que jogo aqui, conheço bem o campo, gosto dele, porque não é demasiadamente longo, os fairways e os greens são bons.

«Nós temos sempre uma boa preparação no inverno e estamos prontos para um bom início da época. Fomos para os Estados Unidos, onde competimos num torneio, em Miami, com bom tempo».

 

Por: FPG